O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em vídeo de reunião ministerial do dia 22 de abril, afirmou que estava estudando como o serviço secreto chinês trabalha nos Estados Unidos. O vídeo, divulgado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello nesta sexta-feira (22/5), foi apontado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro como uma prova de que o presidente havia tentado interferir na Polícia Federal.
"Eu tava vendo, estudando em fim de semana aqui como é que o serviço chinês, secreto, trabalha nos Estados Unidos. Qual a preocupação nossa aqui? (censurado) É simples o negócio. 'Ah, não deve publicamente'. Devo falar como? Tá todo mundo vendo o que tá acontecendo. (censurado) Tudo bem. Tá? (censurado) Você tira do (censurado) porra, da (censurado) tu não tira. É uma realidade. Não adianta esconder mais, tapar o sol com a peneira, né?", afirmou.
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O trecho em que o presidente cita a China e os Estados Unidos havia sido suprimido em transcrição feita e divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU). Anteriormente, o presidente estava reclamando sobre a ausência de informações de inteligência por partes dos órgãos brasileiros.
Em seguida, ele fala que dentro do governo existe "gente deles". Parte do trecho também está censurado:
"Tem, não é ... em vá ... em alguns ministérios tem gente deles aqui dentro, né? Então não queremos brigar com (censurado), zero briga com a (censurado). Precisamos deles pra vender? Sim. Eles precisam também de nós. Porque se não precisassem não estariam comprando a soja da gente não. Precisam. E é um negócio, pô. E devemos aliar com quem tem umas ... alguma afinidade conosco. Pra gente poder faz ... fazer valer a nossa vontade naquele momento", disse Bolsonaro.
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Além dos trechos acima, com palavras censuradas, foram suprimidas palavras de outros dois momentos: em um deles, em uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, também sobre a China. No outro, uma fala de Guedes e outra do vice-presidente, Hamilton Mourão.