O deputado Filipe Barros (PSL-PR) afirmou que a interferência na Polícia Federal era do então ministro da Justiça, Sergio Moro, e não do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar é um dos articuladores pela criação do partido Aliança pelo Brasil e próximo ao chefe do Executivo. De acordo com ele, ao discordar da indicação feita pelo comandante do Planalto para o comando da PF, o ex-juiz tentou manter sua interferência na instituição por interesses desconhecidos.
“Elegemos Bolsonaro, não Moro. Quem estava concretizando uma interferência na PF era Moro. Ele tentou, inclusive, nomear pessoas com ideologia diferente da do presidente. Bolsonaro abriu mão dessa prerrogativa e deu a Moro. Quando ele quis tomar isso de volta, Moro não aceitou”, afirmou Barros, em entrevista ao programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília. “Quais os interesses dele em manter sua interferência na Polícia Federal? Ele nomeou alguém, e quando Bolsonaro quis trocar, não aceitou.”
Para Barros, só agora foi possível perceber o erro de Bolsonaro ter levado Moro para o governo. “Nós não imaginávamos que ele se mostraria a pessoa que é. Aquela imagem do juiz que lutou contra a corrupção deu lugar a alguém com um grande ego.”
O parlamentar comentou as declarações do empresário Paulo Marinho, a quem chamou de “embusteiro”. O ex-apoiador de Bolsonaro afirmou ter provas de que houve vazamento de informações para Flávio Bolsonaro sobre investigações do caso Queiroz. “Ele é um embusteiro em busca de 15 minutos de fama, já que é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Por que ele não denunciou à época dos fatos? Se ele não denunciou, prevaricou. Se isso tiver acontecido, prevaricou, porque isso o levaria a ter vantagens eleitorais”, acusou. “Estamos vendo a mesma estratégia de Sergio Moro sendo utilizada por Paulo Marinho. Ambos falam que presenciaram atos ilícitos, mas não denunciaram à época dos fatos.”
*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa