O presidente Jair Bolsonaro desistiu do pronunciamento que faria em rede nacional de rádio e televisão neste sábado (16/5) para defender mais uma vez o fim de medidas de isolamento social, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. Segundo o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou, a ideia é aguardar até que haja uma definição no Ministério da Saúde, depois de Nelson Teich ter deixado nesta sexta-feira (15/5) o comando da pasta em meio à pandemia do novo coronavírus. Ainda não há previsão para a substituição definitiva do ministro. Com a saída de Teich, o secretário executivo do ministério, general Eduardo Pazuello, assume interinamente a pasta.
No fim da tarde deste sábado, 16, Bolsonaro saiu rapidamente para cumprimentar cerca de 50 apoiadores que o aguardavam na portaria do Palácio da Alvorada, uma das residências oficiais da Presidência, e indicou que deve participar de novas manifestações favoráveis ao governo neste domingo (17/5). "Onze horas na rampa", comentou, em referência à rampa do Palácio do Planalto, de onde costuma acompanhar os protestos.
No passeio deste sábado na frente do Alvorada, Bolsonaro disse que não falaria com jornalistas. Indagado por profissionais da imprensa sobre a escolha do novo ministro da Saúde, o presidente permaneceu em silêncio.
Bolsonaro também assistiu à cerimônia de descendimento da Bandeira Nacional no Alvorada. A alguns metros, dezenas de apoiadores aglomeravam-se para tirar fotos e acompanhar a cena. Pouco antes, quando algumas pessoas pediram para fazer um registro mais próximo, Bolsonaro negou. "Se eu chegar perto, vocês vão ver a festa que vai fazer", disse o presidente em referência aos jornalistas.
A intenção de fazer o novo pronunciamento - o sexto desde o início da crise - foi revelada pelo presidente na última quinta-feira (14/5) durante videoconferência com empresários no Palácio do Planalto. "Nós temos que ter mais do que comercial de esperança, transmitir a confiança. Tanto é que vamos ter um pronunciamento gravado para sábado à noite nessa linha", disse na ocasião.
O presidente defende uma abertura geral de estabelecimentos comerciais e o chamado "isolamento vertical" - que vale apenas para idosos e doentes.