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Após saída de Teich, Mandetta pede oração e Moro fala em 'cenário difícil''

Logo após a saída do titular do Ministério da Saúde, as manifestações sobre a decisão começaram; veja

Minutos após o anúncio do pedido de exoneração do Ministro da Saúde, Nelson Teich, o antecessor no cargo, o médico e ex-deputado federal, Luiz Henrique Mandetta se manifestou nas redes sociais. "Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé", postou no Twitter com a hashtag "Fica em Casa".

 

Em tom semelhante ao de mandetta, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, também usou o Twitter para criticar. "Cenário difícil, em plena pandemia, 13993 mortes até ontem. Números crescentes a cada dia. Cuide-se e cuide dos outros", disse.

 

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde manifestou, por meio de nota, a "mais alta preocupação" com a instabilidade no Ministério da Saúde e na condução da pandemia. "A instabilidade e a falta de ações coordenadas e claras, neste momento, são inimigas da saúde e da vida", disse o presidente Alberto Beltrame.

Presidenciáveis

O agravamento da instabilidade do governo em meio à demissão foi usada por políticos como argumento para fortalecer movimentos pelo pedido de impeachment de Bolsonaro.

"A queda de mais um ministro da saúde mostra a face genocida de Bolsonaro. Mais do que nunca, é essencial que todos se unam contra Bolsonaro no dia 19/05, às 18h30. Vamos para as janelas gritar junto com todo Brasil: #ForaBolsonaro #ImpeachmentJá", publicou o político Ciro Gomes.


O ex-cadidato à Presidência na última eleição, Guilherme Boulos disse que "Teich jamais assumiu o Ministério da Saúde. O Brasil está nas mãos do Gabinete do Ódio e das Testemunhas da Cloroquina", criticou.

 

Governadores 

 

Logo após a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, as manifestações sobre a decisão começaram. Entre os políticos que manifestaram seus posicionamentos estavam alguns governadores. 

 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que tem entrado em conflito com o presidente em relação a posicionamentos sobre a pandemia usou o twitter para se manifestar.

Logo após o anuncio da saída de Teich ele postou: "Minha solidariedade, ministro @TeichNelson. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer  um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente". Na sequência ele complementou: "É mais um herói que se vai".

 

Camilo Santana, governador do Ceará também se manifestou nas redes sociais. "A saída do segundo ministro da Saúde em menos de um mês traz enorme insegurança e preocupação. É inadmissível que, diante da gravíssima crise sanitária que vivemos, o foco do Governo Federal continue sendo em torno de discussões políticas e ideológicas. Isso é uma afronta ao país", publicou por volta das 13h.

João Azevedo, governador da Paraíba; Flávio Dino, do Maranhão; e Renato Casagrande, do Espírito Santos; também usaram a internet para reprovar a saída do ministro. Nos textos, os governantes lamentaram o desfalque na gestão da saúde e a confusão criada em plena pandemia.

"A saída de mais um ministro da saúde em meio a pandemia, mostra como estamos à deriva no enfrentamento à crise por parte do governo federal. Ou o PR deixa o ministério agir, segundo as orientações da OMS ou vamos perder cada vez mais brasileiros" lamentou o governador capixaba.


Após publicar várias mensagens em apoio ao uso protocolar da cloroquina, a deputada Carla Zambelli manteve o discurso ao comentar a saída de Teich. "Independente de quem vai assumir o Ministério da Saúde, temos que aplicar o protocolo da hidroxicloroquina, e o estudo já está sendo preparado pela Associação Médica Brasileira. O Brasil precisa desse protocolo para salvar vidas", tuitou.

 

Saída ocorre em menos de um mês

 

A saída de Teich ocorre menos de um mês após ele assumir o ministério. Ele entrou no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que deixou o comando do ministério após entrar em conflito com o Presidente Jair Bolsonaro sobre as medidas de isolamento.

O pedido de demissão foi oficializado, na manhã desta sexta-feira (15/5), por meio dos canais de comunicação do ministério da Saúde. Nos bastidores, a razão se deu pela divergência entre o presidente Jair Bolsonaro e Teich quanto ao uso protocolar da cloroquina no tratamento contra o coronavírus.

 

Apesar de já haver liberação para o uso, desde que de forma consensual entre o médico e o paciente, Bolsonaro quer sistematizar o uso, 

Mais cedo, Bolsonaro voltou a insistir. "O protocolo deve ser mudado hoje porque o Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo então é direito do paciente", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. No entanto, após se encontrar com Teich, o que saiu da reunião foi uma desistência do cargo.