O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (14/5), que exigirá do ministro da Saúde, Nelson Teich, a alteração do protocolo sobre o uso da cloroquina. A declaração foi feita durante uma reunião por videoconferência com empresários, na qual foi discutida a retomada das atividades econômicas.
Para Bolsonaro, o uso da cloroquina no tratamento dos pacientes ajudaria a reduzir a necessidade de isolamento social, mesmo que não haja consenso científico sobre o tema e alguns estudos apontem que a droga não é muito eficaz no combate ao novo coronavírus. O presidente não concorda com o protocolo do Ministério da Saúde, que recomenda o uso apenas em casos graves.
Para Bolsonaro, o uso da cloroquina no tratamento dos pacientes ajudaria a reduzir a necessidade de isolamento social, mesmo que não haja consenso científico sobre o tema e alguns estudos apontem que a droga não é muito eficaz no combate ao novo coronavírus. O presidente não concorda com o protocolo do Ministério da Saúde, que recomenda o uso apenas em casos graves.
"Estou exigindo a questão da cloroquina agora também. Se o Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu que pode usar cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o governo federal, via ministro da Saúde, vai dizer que é só em caso grave?", questionou o presidente, mostrando-se irritado.
"Sou o comandante"
Bolsonaro disse, então, que foi eleito presidente justamente para fazer escolhas. "Eu sou o comandante, sou presidente da República, para decidir, para chegar para qualquer ministro e falar o que está acontecendo. E a regra é essa, o norte é esse. Não estou extirpando nenhum ministro, nunca fiz isso, nem interferindo em qualquer ministério, como nunca fiz. Agora, votaram em mim para eu decidir. E essa decisão da cloroquina passa por mim" afirmou.
Em seguida, o presidente negou que esteja insatisfeito com Teich: "Tá tudo bem com o ministro da Saúde, tá tudo sem problema nenhum com ele. Acredito no trabalho ele, mas essa questão vamos resolver. Pode mudar e vamos mudar".
Na quarta-feira, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro já havia mandado um recado a Teich. "A gente está preocupado com o elevado número de mortes e analisando o protocolo do Ministério da Saúde [que] manda aplicar a cloroquina apenas em casos graves. Então, vou conversar hoje com o ministro da Saúde. Não é o meu entendimento, que eu não sou médico. É o entendimento de muitos médicos do Brasil e outras entidades de outros países entendem que a cloroquina pode e deve ser usada desde o início, apesar de saberem que não tem uma confirmação científica da sua eficácia. Mas, como estamos numa emergência, e a cloroquina sempre foi usada, desde 1955, e agora com a azitromicina, pode ser um alento para esta quantidade enorme de óbitos que estamos tendo no Brasil. Isso vai ser discutido com ministros".
Em seguida, o presidente negou que esteja insatisfeito com Teich: "Tá tudo bem com o ministro da Saúde, tá tudo sem problema nenhum com ele. Acredito no trabalho ele, mas essa questão vamos resolver. Pode mudar e vamos mudar".
Na quarta-feira, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro já havia mandado um recado a Teich. "A gente está preocupado com o elevado número de mortes e analisando o protocolo do Ministério da Saúde [que] manda aplicar a cloroquina apenas em casos graves. Então, vou conversar hoje com o ministro da Saúde. Não é o meu entendimento, que eu não sou médico. É o entendimento de muitos médicos do Brasil e outras entidades de outros países entendem que a cloroquina pode e deve ser usada desde o início, apesar de saberem que não tem uma confirmação científica da sua eficácia. Mas, como estamos numa emergência, e a cloroquina sempre foi usada, desde 1955, e agora com a azitromicina, pode ser um alento para esta quantidade enorme de óbitos que estamos tendo no Brasil. Isso vai ser discutido com ministros".
Impasse antigo
O impasse se assemelha ao que havia entre o presidente e o ex-ministro da pasta Luiz Henrique Mandetta. Teich, como Mandetta, tem defendido que o medicamento não tem eficiência comprovada e causa danos colaterais.
No último dia 12, ele fez um alerta sobre os riscos do medicamento: "Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o 'Termo de Consentimento' antes de iniciar o uso da cloroquina".
As manifestações de ambos geraram a sensação na Esplanada de que Teich e Bolsonaro não estão afinados. O ministro, por exemplo, foi pego de surpresa, na segunda-feira, com o anúncio do presidente de que academias de esporte, salões de beleza e barbearias haviam sido incluídos no decreto que estabelece as atividades essenciais e que não podem ser interrompidas durante a pandemia. Sem ter sido consultado sobre o assunto, Teich ficou sabendo da medida por jornalistas, durante uma entrevista coletiva.
Questionado se havia ficado contrariado com os tuítes do ministro Teich, Bolsonaro apontou que "todos os ministros devem estar afinados com ele". "Todos os ministros são indicações políticas minhas, tá certo? E quando eu converso com os ministros, eu quero eficácia na ponta da linha. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, tá? É o que está acontecendo. Nós estamos tendo aí centenas de mortes por dia. Se existe uma possibilidade de diminuir esse número com a cloroquina, por que não usá-la?", insistiu.
Saiba Mais
Ainda na quarta-feira, Bolsonaro também foi perguntado se faltava alinhamento do ministro em relação ao ao isolamento social. "Isso vai ser tratado... No meu entender, desde o começo devia ser o vertical. Cuidar das pessoas do grupo de risco e botar o povo pra trabalhar. O povo tem que voltar a trabalhar! Quem não quiser trabalhar, que fique em casa, porra! Fica em casa, ponto final".