O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a retomada da atividade econômica no país e disse a empresários que, se dependesse da vontade dele, nunca teria implementado medidas de isolamento social por conta da pandemia da covid-19, como têm feito governadores e prefeitos.
"O governo federal, se depender de nós, está tudo aberto com isolamento vertical e ponto final. Os governadores assumiram cada um a sua responsabilidade, houve uma concorrência entre muitos para ver o que fechava mais", criticou Bolsonaro, durante videoconferência nesta quinta-feira (14/5) promovida pelo presidente da Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
Para Bolsonaro, o Brasil teria de se espelhar na Suécia, que não adotou regras mais rígidas para enfrentar a crise sanitária. “Quem defendia mais a vida do teu eleitor, do cidadão do teu estado em relação aos outros. O governo federal nunca foi óbice. Se depender de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia”, opinou o presidente.
Hoje, a Suécia contabiliza ao menos 28.582 pessoas com covid-19 e 3.529 mortos pela doença. A nação é a 10ª na Europa com mais diagnósticos confirmados e a 8ª no ranking de casos fatais. Na comparação apenas com outros países que fazem parte da Escandinávia e priorizaram políticas mais exigentes no combate à pandemia, as estatísticas suecas são superiores: a Dinamarca tem 10.713 infectados e 537 mortos, enquanto a Finlândia já registrou 6.145 contaminados e 287 óbitos.
Apesar de o Brasil ter números superiores aos da Suécia (já são 196.375 infectados e 13.555 mortos), as proporções de casos e de mortes para cada milhão de habitantes do país europeu são superiores às do Brasil. Enquanto os suecos têm uma média de 2.830 casos e 349 mortes por milhão de pessoas, o Brasil conta com um índice de 924 casos e 64 óbitos.
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"É só você fazer a conta por milhão de habitantes… A Suécia não fechou. Pronto. A Suécia não fechou. Você tá defendendo... Com toda certeza já entrou para a ideologia, você pegou um país que está caminhando para o socialismo, que é a Argentina. Outra pergunta aí”, reclamou.