Na quarta-feira (13/5), o delegado à frente do inquérito, Rodrigo Morais, apresentou as conclusões à Justiça Federal em Juiz de Fora. Segundo ele, “ainda que a maioria das pessoas acreditem na existência de suporte logístico ao perpetrador do ato delitivo ou no envolvimento de grupos criminosos especializados, até o presente momento nada de concreto pode ser concluído a partir desta hipótese criminal”.
“Como já se disse, não havia espaço para a imperícia ou para uma apuração orientada pelo anseio popular, apesar de inúmeras pessoas ansiarem por apresentar algo que contribuísse com o trabalho da Polícia Federal. Até aqui, a investigação, marcada ininterruptamente pelo rigor técnico, demonstrou que Adélio Bispo de Oliveira atuou sozinho, por iniciativa própria, tendo sido o responsável pelo planejamento da ação criminosa e sua execução, não contando, a qualquer tempo, com o apoio de terceiros”, afirma o delegado no inquérito.
Morais acrescenta que “o que a investigação comprovou foi que o perpetrador, de modo inédito, atentou contra a vida de um então candidato à Presidência da República, com o claro propósito de tirar-lhe a vida”.
Para o segundo inquérito, a Polícia Federal analisou objetos que pertenciam a Adélio, dentre aparelhos celulares e um computador. A corporação periciou ao menos 2 terabytes de arquivos de imagens, 350 horas de vídeo, 600 documentos, 700 gigabytes de volume de dados de mídia, 1,2 mil fotos e mais de 40 mil e-mails. A PF ainda entrevistou 102 pessoas e outras 89 testemunhas.
Primeiro inquérito
Em setembro de 2018, Morais já havia constatado que Adélio havia agido sem a ajuda de terceiros. “Ficou claro ali que o motivo realmente era o inconformismo político do senhor Adélio, em razão de discordar com algumas opiniões políticas e alguns discursos que o candidato defendia. Chegamos à conclusão de que naquele dia naquele momento o senhor Adélio teria agido sozinho, não contou com a participação de ninguém", afirmou à época.
Saiba Mais
“As imagens demonstram o comportamento obsessivo com que Adélio Bispo buscou concretizar seu plano de atentar contra a vida do candidato, deixando evidenciar a premeditação”, afirmou Morais, no inquérito de 2018.