O advogado do ex-ministro Sérgio Moro, Rodrigo Sánchez Rios, disse que a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) não trouxe novidades à Polícia Federal na tarde desta quarta-feira (13/5). "Ela não tem nada de novo. Não tem nenhum dado novo", disse. O depoimento faz parte de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na PF após acusações do ex-ministro Moro ao pedir demissão.
A parlamentar saiu da sede da PF pela garagem, sem falar com a imprensa. Questionado se a deputada havia mostrado mais mensagens trocadas com Moro, Sánchez disse que a defesa se ateve ao que estava no inquérito. Entretanto, em seguida disse que mensagens antigas estão dentro de um contexto em que basta verificar como se dá a sequência das mensagens. "São várias mensagens em que o ministro responde objetivamente", afirmou.
O depoimento, para a defesa, só corrobora aquilo que já foi dito por Moro. O advogado pontuou que em relação à mensagem em que Zambelli diz para que Moro fique no Ministério da Justiça e Segurança Pública, aceite Alexandre Ramagem na diretoria da PF e vá ao STF em setembro, a parlamentar afirma que não houve anuência do presidente antes de conversar com Moro sobre o assunto e que o que ela queria era que o ex-ministro continuasse na pasta. As mensagens foram mostradas pela primeira vez no Jornal Nacional, da TV Globo.
Ainda sobre as informações relativas à indicação de Moro ao Supremo, Zambelli deixou claro que entendia uma eventual ida do ex-ministro ao STF como um caminho natural por ele ser juiz de carreira, segundo Sánchez. "Nada além disso", afirmou o advogado. Questionado se houve algum acordo entre Moro e Bolsonaro para que o ex-diretor da PF Maurício Valeixo ficasse até o momento em que ele fosse indicado ao STF, o defensor disse que não. "Isso não está nas conversas e a própria deputada disse que isso não ocorreu", pontuou.
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Segundo o advogado, também foi perguntado à Zambelli se ela conhecia o delegado que iria substituir Ricardo Saadi (ex-superintendente do RJ) e se o presidente possuía um dado objetivo que justificasse a substituição, como baixa produtividade ou alguma irregularidade, ao que a parlamentar disse não se lembrar. "Mas lembra sim. E isso é objeto do inquérito que no tocante a ela estão todas as conversas dela com o ministro Moro", pontuou.