O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou pedido ao ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal e relator do inquérito sobre interferências na PolÃcia Federal, pela liberação da Ãntegra da reunião ministerial do dia 22 de abril, citada como Moro como a ocasião em que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado trocar o comando da PF no Rio.
A gravação foi exibida nesta terça, 12, para advogados de Moro, procuradores e à Advocacia-Geral da União, mas o vÃdeo permanece em sigilo. Fontes informaram ao Estadão que durante o encontro, Bolsonaro justificou a necessidade de trocar o superintendente da PF no Rio à defesa de seus próprios filhos, alegando que sua famÃlia estaria sendo perseguida. O vÃdeo foi dito como devastador para a defesa do presidente.
Randolfe alegou a Celso de Mello que o caso se trata de investigação de maior relevo para a República e que a rápida solução da controvérsia envolvendo as declarações de Moro contra o presidente é imperiosa para a pacificação social.
"Não há qualquer defesa de intimidade ou interesse social que justifiquem a manutenção do segredo em relação a elementos probatórios relacionados à investigação de crimes contra a Administração Pública", afirmou o senador. "Dessa forma, é imperiosa a divulgação na Ãntegra do citado vÃdeo o mais rápido possÃvel, a fim de que a sociedade possa livremente deliberar sobre os fatos ali expostos".
Na noite de terça, o ministro Celso de Mello ordenou a degravação (transcrição) do conteúdo da reunião, que deverá ser encaminhado para seu chefe de gabinete, Miguel Piazzi. A determinação se deve ao fato do ministro estar trabalhando de casa, em São Paulo, devido a pandemia do novo coronavÃrus. O decano tem 74 anos.