O delegado foi ouvido pela PF, em Brasília, durante a tarde e a noite de segunda-feira (12). Ramagem foi citado pelo ex-ministro Sergio Moro, que acusa Jair Bolsonaro de tentar interferir na PF por interesses políticos. "Que o depoente (Ramagem) tem ciência de que goza da consideração, respeito e apreço da família do presidente Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da República no trabalho do depoente, mas não possui intimidade pessoal com seus entes familiares", diz um trecho do documento.
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), barrou Ramagem para ocupar o cargo de diretor-geral da PF. Questionado sobre o assunto, ele afirmou que não foi alçado ao cargo, no entendimento dele, por não ser próximo de Moro. "No entender do depoente, o motivo da sua desqualificação, portanto, foi o fato deste não integrar o núcleo restrito de delegados de Polícia Federal próximos ao então ministro Sergio Moro, uma vez que, diante dos fatos ora relatados, não haveria um impedimento objetivo que pudesse conduzir à rejeição de seu nome", acrescentou em depoimento.