Deu ruim
O líder do PP, Arthur Lyra, não figura mais na lista de pré-candidatos a presidente da Câmara que podem obter o apoio do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Esse foi o recado político tirado da declaração de Maia, sobre quem estiver tratando da eleição para presidente da Câmara agora não terá o seu voto. Até dentro do PP, é atribuído a Lyra a “terceirização” da indicação do diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) ao PL, de forma a ganhar apoio à sua candidatura para suceder Maia na Câmara. O Progressistas não gostou da terceirização, ainda mais depois da operação da Polícia Federal que envolveu o deputado Sebastião Oliveira, um dos padrinhos da nova direção do Dnocs. Lyra, que até aqui figurava como favorito nessa disputa, corre o risco de queimar a largada nessa negociação de espaços com o governo.
Maia é considerado um ator importante na própria sucessão. Por mais que o governo tenha tentado esvaziá-lo, ele tem um grupo que corresponde, hoje, a cerca de um terço da Casa; a oposição, um terço; e o Centrão, aliado a Bolsonaro, ficará com outro grupo. Se o presidente quiser influir na presidência da Câmara, terá que ter o apoio dos aliados de Maia, leiam-se DEM, PSDB, Cidadania e o pedaço do PSL que se opõe a Bolsonaro. Só o Centrão, avaliam alguns, não fará nem inverno, muito menos verão.
Onde pegou...
O fato de a Advocacia-Geral da União (AGU) ter recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar recolocar Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal, deixou os policiais federais meio desconfiados de que Bolsonaro não esteja tão satisfeito assim com a gestão de Rolando de Souza. Sinal de que o diretor-geral esteja no bom caminho.
… e vai pegar
Já era sabido que qualquer ação relativa à nomeação de Ramagem seria considerada sem efeito, uma vez que o presidente havia nomeado um outro delegado para comandar a PF. Assim, foi mais para dizer a Rolando que ele tem um “chefe”, no caso Bolsonaro.
Cargos pra quê?
Estudo do Palácio do Planalto indica que mais de 80% da agenda Brasil, o conjunto de propostas apresentado pelo governo antes da pandemia, foram aprovados pelo Congresso sem maiores problemas. Ou seja, não será pelo mérito dos projetos enviados a um Parlamento reformista que Bolsonaro precisará consolidar uma base, e sim por causa das propostas ideológicas e o risco ao próprio mandato.
Torpedos no radar
Dentro da lista de “perigos” a que o governo está exposto, o STF é considerado ponto nevrálgico porque é de lá que, avaliam palacianos, podem sair os ingredientes para deixar Bolsonaro na defensiva. Seja em relação ao exame de covid-19, feito em março, que o presidente se recusa a mostrar, seja no que se refere ao inquérito sobre as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Jogo embaralhado
Até aqui, o Centrão mostrou ser fiel justamente naquilo que também obteve o apoio do grupo mais sintonizado com Rodrigo Maia: todos defenderam a não instalação de CPMI para apurar as denúncias feitas por Moro. Para separar essas estações, só mesmo quando o Congresso retomar as sessões presenciais, algo que não tem prazo.
CURTIDAS
Tal filho, tal pai/ Depois que o filho de Dario Messer (foto), “o doleiro dos doleiros”, decidiu fazer delação premiada e devolver R$ 270 milhões, os policiais esperam que o pai devolva pelo menos o dobro, se quiser ter uma delação aceita pelas autoridades.
E o churrasco, hein?/ O fato de Bolsonaro ter dito que faria um churrasco hoje “para mais de mil” fez chover memes e lives. Uma feita pelo ex-amigo do presidente, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP): escalou Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, para o papel de churrasqueiro e Flávio para levar chocolates de sobremesa, numa referência à loja altamente
lucrativa do 01 no Rio.
O novo normal/ Quanto mais os governadores seguirem em direção ao isolamento social, mais Bolsonaro insistirá na volta à normalidade. Nesse contexto é que se dá, por exemplo, o churrasco que ele promete chamar quem estiver na porta do Alvorada.
Vai assim mesmo/ Os militares entregaram nas mãos de Deus as constantes tensões provocadas por Bolsonaro. A avaliação é a de que o problema do presidente é de temperamento e, depois dos 60,
isso não muda.