A liderança do PSol protocolou, na noite desta quinta-feira (7/5), requerimento convocando, de forma virtual, a secretária especial de Cultura, Regina Duarte, para prestar esclarecimentos ao plenário da Câmara sobre a recente entrevista em que defende e enaltece a ditadura militar.
Em entrevista à rede CNN na tarde desta quinta-feira (7/5), Regina Duarte surpreendeu ao cantar uma música em homenagem à ditadura e minimizar as mortes ocorridas no período. "Na humanidade, não para de morrer (gente). Por que as pessoas ainda ficam ó (chocadas)? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas costas", afirmou.
De acordo com o pedido do PSol, a secretária relativizou as mortes, a censura e as torturas ocorridas. Além disso também se negou a ouvir uma crítica da atriz Maitê Proença, contradizendo o que disse em discurso de posse: "Meu propósito aqui é a pacificação e o diálogo permanente com o setor cultural".
Como justificativa, a líder do partido, Fernanda Melchiona argumenta que durante a pandemia do novo coronavírus a classe artística foi uma das mais afetadas e diz que a secretária "simplesmente desapareceu no meio da crise" e reapareceu agora para reafirmar compromisso com o regime militar. "Não restam dúvidas de que não possuem qualquer apreço pela democracia. São comportamentos reiterados e permanentes de afronta à Constituição Federal e aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos assinados pelo Brasil, como mais esse episódio protagonizado pela Secretária", disse.
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"A secretária deveria trabalhar para garantir renda e dignidade aos artistas. Em vez disso, Regina Duarte defende a ditadura militar em plena rede televisiva (...) Por todo o exposto, em defesa do Estado Democrático de Direito e da Cultura brasileira, é urgente que a Secretária especial de Cultura preste os esclarecimentos necessários perante a Câmara dos Deputados", complementa Fernanda no requerimento.