Politica

Revista médica defende: Bolsonaro deve mudar ou 'ser o próximo a ir embora'

Para The Lancet, uma das mais importantes publicações de saúde do mundo, o "Brasil, como país, deve se unir para dar uma resposta clara ao 'E daí?' de seu presidente"

Uma das mais renomadas revistas científicas do mundo, The Lancet preparou um editorial para sua edição de 9 de maio no qual defende que o Brasil se una para evitar que o presidente Jair Bolsonaro continue o curso que tomou no enfrentamento do novo coronavírus

Para a publicação, ou Bolsonaro muda seu comportamento ou deve ser o "próximo a ir embora", pois suas ações e a crise política que elas provocam pioram um quadro já muito negativo. "Talvez a maior ameaça para a resposta do país à covid-19 seja seu presidente, Jair Bolsonaro", escreve. 

A Lancet ressalta que o Brasil tem o maior número de infectados e mortos da América Latina, mas que, "quando perguntado por jornalistas sobre o rápido crescimento do número de casos de covid-19, ele (Bolsonaro) respondeu 'E daí? O que você quer que eu faça?'". 

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"Ele não só continua a semear confusão ao desdenhar abertamente e desestimular as medidas de distanciamento físico e lockdown trazidas por governadores e prefeitos como também perdeu dois importantes e influentes ministros nas últimas semanas", prossegue a revista, que conclui: "O Brasil, como país, deve se unir para dar uma resposta clara ao 'E daí?' de seu presidente. Ele precisa mudar drasticamente seu curso ou deve ser o próximo a ir embora".


Favelas e indígenas

O texto, divulgado na internet antecipadamente para assinantes, afirma ainda que, mesmo sem o problema político, o Brasil teria muitas dificuldades diante da pandemia. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo são focos de proliferação do vírus e que é preocupante o avanço da doença para cidades pequenas. A revista também cita a dificuldade de se manter o distanciamento social em favelas e se diz preocupada com a situação da população indígena.