Segundo ministro, os cinco membros do diretório nacional da legenda “só fazem o que Amôedo quer”. “Um é o contador dele, o outro é o advogado. Ele critica a velha política, na qual os políticos mandam nos seus partidos, mas, pelo menos, esses são sinceros e admitem que comandam mesmo. E o Amoedo é o dono do Novo”, alfinetou. Salles disse que ninguém pode discordar de Amoêdo. “Mas eu não estou lá para ser tutelado por ninguém”, afirmou.
O titular da pasta do Meio Ambiente ressaltou que é 100% a agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Sou liberal e, do ponto de vista de costumes, sou conservador, alinhado com o que defende o Bolsonaro”, assinalou. Conforme ele, o diretório nacional do Novo diz que cabem conservadores e libertários, porém só apoia ideias progressistas. "Os conservadores são podados, boicotados, sofrem uma perseguição velada”, revelou.
O processo de expulsão tramitou na comissão de ética do partido. Salles disse que três pessoas fizeram uma reclamação de que ele tinha entrado no governo sem autorização do Novo e que estava conduzindo o MMA em desacordo com a orientação do partido. “O regulamento que determinou que as pessoas tinham que se afastar foi criado depois de eu já ser ministro”, argumentou.
Salles também reclamou que três das quatro pessoas da comissão de ética votaram a seu favor. “A quarta pessoa alegou impedimento e foi substituída por um ‘baba-ovo’ do Amoêdo que decidiu me afastar. E prevaleceu o voto de um”, criticou. Ainda teriam alegado para expulsão que o ministro responde processo na Justiça. “Estou mesmo sendo processado, mas ainda não fui julgado nem em primeira instância.”
Defensor do presidente
Questionado pelo Ranking dos Políticos sobre a gestão do governo federal e os ruídos provocados pelo presidente da República, Salles disse que Bolsonaro é corajoso. “Foi eleito contra o sistema, fala o que pensa. Ao contrário dos que simulam posições, é um cara transparente, muito correto, que enfrenta uma máquina gigantesca contra ele”, elogiou.