Ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, Teich falou em uma transmissão feita pelas redes sociais que existe um foco muito grande nos medicamentos, e que tem acompanhado diariamente os estudos realizados em todo o mundo. O Brasil, segundo ele, participa de programas mundiais não só com a hidroxicloroquina, mas com outros medicamentos. Conforme o ministro, no país existe um "pool" (consórcio) de quase 100 hospitais trabalhando nisto.
Em audiência no Senado Federal na última quarta-feira (29), o ministro já havia falado que a "cloroquina ainda é uma incerteza". "Teve aqueles estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário", disse. Naquela ocasião, o ministro afirmou que existiam vários estudos acontecendo no Brasil e que uma análise preliminar deveria sair na primeira semana de maio - que seria nesta semana.
Teich falou que conversou com um representante do grupo farmacêutico Novartis, que produz a cloroquina na China, e que ele afirmou que houve dados preliminares apontaram para uma mortalidade alta e que "certamente o remédio não vai ser um divisor de águas em relação à doença".
No último domingo (3), o ministro pontuou ainda que "o melhor que poderia acontecer seria surgir um remédio que funcionasse". "Isso mudaria essa história que a gente está vivendo pra noite do dia”, disse. Teich ressaltou que vacinas serão mais difíceis de serem desenvolvidas, mas disse que o governo já antecipa contato com indústrias que estão trabalhando em pesquisas para que consiga comprar quando for desenvolvida. “Caso contrário, a gente pode ficar a reboque de países mais ricos”, afirmou.
O ministro disse que o governo federal já mapeia o Brasil inteiro, de forma detalhada, e já consegue antecipar locais onde possivelmente a doença vai crescer de forma rápida e sobrecarregar o sistema. Com isso, segundo ele, a pasta irá intervir precocemente para evitar danos maiores.
Teich está no Amazonas, quinto estado em maior número de casos e óbitos por coronavírus e onde o sistema de saúde já entrou em colapso. Nesta segunda-feira (4), eles visitam os hospitais Delphina Rinaldi Abdel Azir, Nilton Lins e o hospital de campanha de Manaus.
O ministro também anunciou que serão disponibilizados nesta semana de 20 milhões a 21 milhões de testes para realizar a chamada "testagem em massa" no país.
Respiradores
O secretário Eduardo Pazuello afirmou que o Brasil tem uma capacidade de produção de respiradores de cerca de 180 a 200 por semana, muito abaixo que a necessidade do país. “É um número muito pequeno para o Brasil como um todo”, disse.
De acordo com ele, o ministério está buscando alternativas de fabricação nacional. “Tivemos briefing de empresas que estão lançando protótipos”, afirmou, explicando que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está à frente das discussões. Em paralelo, segundo ele, estão buscando compras no exterior de uma maneira direta, evitando atravessadores, para agilizar os processos e “receber e distribuir na quantidade necessária e no local assim definido”.
O general informou que existem quatro empresas no Brasil que são as grandes fabricantes de respiradores, e que foi feito um contrato com elas. No entanto, nenhuma empresa estava preparada para fabricar a quantidade de aparelhos que o país precisa e foi por isso passar por adaptação para aumentar a capacidade de produção.
“Essa produção está impactada também pelos insumos comprados no exterior. Todo o conjunto impacta”, afirmou. Para agilizar a entrega nos estados, Pazuello disse que os equipamentos estão sendo retirados direto da linha de produção das empresas e não estão sequer passando pelos depósitos do ministério.
O secretário ressaltou ainda que o ministério não está trabalhando “de forma linear”, mas sim com foco nos lugares onde os problemas estão mais graves. “Cidades ou estados que estão nesse nível de risco, com prioridade alta, é onde nós estamos reforçado e apoio”, disse.