"Com isso, pela primeira vez temos um alinhamento completo de uma agência de inteligência, que é ligada ao Executivo, com uma entidade de Estado. Havia o temor de que isso acontecesse", diz uma fonte na Polícia Federal.
Nesta segunda, o Correio revelou que a Abin vem sendo usada cada vez mais a serviço do presidente da República. A estrutura da entidade é usada para espionar aliados e instituições que desagradam o Planalto.
Desde o último dia 24, o cargo tem gerado grande polêmica com a exoneração do então diretor-geral Maurício Valeixo, que causou o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que saiu acusando o presidente de interferência política na PF e se tornou o novo inimigo de bolsonaristas.
Depois de retirar Valeixo, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No entanto, após o ex-juiz federal dizer que o presidente queria alguém do seu contato pessoal, para quem ele pudesse ligar e colher informações de relatórios de inteligência, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação na última quarta-feira (29/4) falando de princípios de impessoalidade em sua justificativa. Bolsonaro, no entanto, disse que "não engoliu" a decisão, chamando o ato de "político".
A decisão de nomear Rolando Alexandre de Souza para chefiar a instituição é vista como uma solução para continuar os serviços da agência, enquanto Bolsonaro tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).