O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, ontem, que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro preste depoimento à Polícia Federal em, no máximo, cinco dias. O ex-juiz deverá detalhar as acusações que fez contra o presidente Jair Bolsonaro ao deixar o governo.
Mello atendeu a um pedido de parlamentares que solicitaram urgência no depoimento. Ao pedir demissão, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir na PF por razões políticas e disse que o presidente quis acesso a relatórios de inteligência sobre investigações em andamento na corporação.
Na decisão, o ministro cita as declarações de Moro que apontam crimes de Bolsonaro no exercício do cargo e afirmou que o ex-juiz apresente “manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão.”
Mais cedo, Moro afirmou que não vai admitir ser chamado de mentiroso e que apresentará à Justiça provas de que Bolsonaro tentou interferir indevidamente na PF. A declaração foi dada em entrevista à revista Veja. Ele aproveitou para enfatizar que reitera tudo que falou em seu pronunciamento, mas que esclarecimentos adicionais serão dados apenas quando for chamado pela Justiça. (RS)