O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), espera aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2020, do Orçamento de Guerra até a próxima segunda-feira (3/5), com a possibilidade de votar o primeiro turno na sessão do dia. Maia evitou responder sobre a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), que impediu a nomeação do policial federal Alexandre Ramagem para a diretoria geral da Polícia Federal. Maia manteve o tom da última coletiva, evitando qualquer possibilidade de embate com o Executivo federal. “Nós respeitamos as decisões do ministro do Supremo. Não cabe a mim comentar. Está baseada em fatos. Precisamos respeitá-la”, comentou.
Em relação ao projeto de lei que prevê ajuda federal aos estados, atualmente no Senado e com o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) na relatoria, Maia preferiu não se aprofundar em valores da proposta. Mas ressaltou a situação crítica no país. “Estamos vendo casos dramáticos. No meu estado, Rio de Janeiro, minha solidariedade às famílias que perderam membros vítimas do coronavírus, a situação é dramática. Vemos que ampliar gastos na Saúde é fundamental. Em alguns estados, a arrecadação fecha em abril com queda de 30%. Para maio, a previsão é de 40%. É importante uma solução o mais rápido o possível, que o Senado vote, em seguida a Câmara, talvez na segunda, junto com a PEC do orçamento de Guerra”, completou.
Maia também destacou que acha que a discussão da ajuda a estados e municípios é mais complexa do que se limitar a falar de congelamento de salários e deu a entender que a medida não deve incluir funcionários da saúde e da segurança pública. “Podemos falar de um congelamento, excluindo área médica, policiais, mas é importante lembrar que o pós-crise será outro debate e outra repactuação. É preciso muita qualidade no gasto público daqui pra frente. Temos que ser cirúrgicos. Teremos alguns meses com essa crise e nosso endividamento não era pequeno”, acrescentou.
Perguntado sobre a proximidade de Bolsonaro com o centrão, Maia afirmou que é assunto para o governo comentar. “Quem tem que explicar é o governo. Quem fez as críticas foi o governo, e quem tem que explicar é o governo. O diálogo é importante. O governo escolhe com quem dialoga. Eu não tenho opinião. Tenho relação boa com todos os partidos. Construímos, com diálogo, a aprovação de PECs importantes, como a do orçamento de guerra e a renda mínima, criação da Câmara e do Senado”, disse. “Sou presidente da Câmara. No parlamento, é normal que tenha bases de oposição e de governo. Não muda nada. Exceto que uma base pode ser mesmo do governo. Na relação com a presidência da Câmara, nada muda. Aqui é a casa da democracia”, frisou.