O presidente da República Jair Bolsonaro deu posse nesta quarta-feira (29/4) ao novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, deixando claro que a indicação da Polícia Federal é atribuição do presidente.
Bolsonaro elogiou o advogado, dizendo ter certeza que irá desempenhar bem a missão e que formará a sua equipe no ministério de acordo com o seu entendimento, mas fez uma ressalva: “Uma das posições importantes, que quem nomeia sou eu, é o diretor-geral da Polícia Federal. A nossa Polícia Federal não persegue ninguém, a não ser bandidos”, disse.
Na semana passada, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro pediu demissão acusando o presidente de repetidas tentativas de interferência política na PF. Moro não queria trocar o ex-diretor Maurício Valeixo por Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Este último chegou a ser nomeado para a PF, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) pediu a suspensão nesta quarta-feira. Antes de recorrer, o próprio presidente revogou a nomeação em ato publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Em seu discurso, entretanto, Bolsonaro deixou claro que pretende fazer com que Ramagem seja diretor em breve. “Gostaria de honrá-lo hoje dando a ele posse como diretor-geral da Polícia Federal. Tenho certeza que esse sonho meu e dele brevemente se concretizará, para o bem da nossa Polícia Federal e do Brasil”, disse.
[SAIBAMAIS]O presidente deu um aceno aos outros poderes. Durante sua fala, leu o artigo 1º da Constituição Federal, que diz que “a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”. Na sequência, frisou que “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
“Assim, me dirijo a essa nação. Não posso admitir que ninguém ouse desrespeitar ou tentar desbordar a nossa constituição. Esse é o meu papel, não só dos demais poderes. Harmonia, independência e respeito entre si”, afirmou Bolsonaro. No evento, estavam presentes o presidente do STF, Dias Toffoli, e o ministro Gilmar Mendes.