Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 04:03
Ministro da Justiça de 2011 a 2016, nos governo de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo disse, ontem, que a então chefe do Planalto respeitava e defendia o titular da pasta, ao contrário, segundo ele, do que faz o presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, Cardozo afirmou que há semelhanças entre as situações vividas por Sergio Moro, que deixou o cargo na semana passada, após uma crise com o chefe do Executivo, e as enfrentadas por ele na época do petrolão, esquema bilionário de corrupção na Petrobras durante os governos de Dilma e de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto — assegurou —, não houve pressão política por parte de Dilma para interferir em apurações durante o período em que comandou o ministério.
“Eu recebi o respaldo total e integral da presidente da República Dilma Rousseff. Nunca, em nenhum momento, ela pediu que eu fizesse uma intervenção de mérito em uma investigação. Pedia que eu verificasse se havia ilegalidades”, destacou.
Na avaliação de Cardozo, o novo ministro da Justiça, André Mendonça, terá muitos desafios, entre os quais, enfrentar um clima de suspeição criado após as declarações de Moro de que Bolsonaro estaria tentando interferir politicamente na Polícia Federal.
“Espero que o novo ministro tenha melhor sorte, porque das duas, uma: ou sofrerá pressões e se curvará, ou terá de também enfrentar o presidente da República, que, repito, não tem a menor habilidade para se comportar diante de crises e não tem demonstrado a menor intenção de respeitar o Estado de direito e a legalidade”, criticou.
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