O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello deve decidir ainda nesta segunda-feira (27/4) sobre abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro para apurar as acusações que foram feitas pelo ex-ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, conforme informou uma fonte de dentro do STF.
O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, na última sexta-feira (24) após um pronunciamento de Moro no qual ele anunciou seu pedido de demissão e acusou o presidente de repetidas tentativas de interferência política na Polícia Federal (PF).
Na ocasião, Moro disse ainda que o presidente gostaria de ter alguém do seu convívio pessoal da PF, para quem pudesse ligar e obter acesso a relatórios de inteligência, e que o presidente estaria ainda preocupado com inquéritos que estão no STF. O ex-ministro acusou, ainda, a presidência de falsificar sua assinatura digitalna exoneração do ex-diretor da PF, Maurício Valeixo.
Na tarde desta segunda-feira (27), uma petição foi anexada ao pedido feito por Aras. O documento em questão é um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para que seja apreendido o celular da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro.
Na última sexta-feira, reportagem do Jornal Nacional, TV Globo, mostrou uma troca de mensagens entre ela e o ex-juiz federal Sérgio Moro. A mensagem foi apresentada por Moro como prova de que ele não teria pedido um cargo no STF, como uma condição à demissão do então diretor-geral da PF.
No texto, Zambelli pede que Moro continue no cargo, e que aceite Ramage (Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin) e vá para o STF em setembro. Moro responde: "Prezada, não estou a venda".