Um dia após Sergio Moro deixar o governo e expor conversas pelo celular com o presidente Jair Bolsonaro e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), a parlamentar exibiu, neste sábado (25/4), novos trechos da troca de mensagens que teve com o ex-ministro da Justiça.
Os trechos foram exibidos durante uma entrevista à CNN Brasil. Ao canal, a deputada afirmou que a frase "Prezada, não estou à venda" — usada por Moro após ela sugerir que ele aceitasse a troca na direção da PF e fosse para o STF em setembro — foi "muito calculada".
Nas novas mensagens expostas, Zambelli diz que entende a frustação do ex-ministro e sugere um encontro com Bolsonaro para resolver a questão. "A gente conversa e ele lhe garante a vaga no STF este ano", diz. Moro responde: "Já falei com ele".
A deputada do PSL argumenta que uma possível indicação de Moro para o Supremo Tribunal Federal existe em Brasília desde que ele virou ministro de Bolsonaro. "Não é novidade nenhuma a vontade de Moro ir para o Supremo", disse.
Em outro momento, Moro autoriza Zambelli a falar com o presidente. A deputada diz que entrou em contato com ele e que Bolsonaro não queria que ele saísse. "Nem eu quero sair, mas preciso de condições de trabalho", respondeu o ex-juiz.
Zambelli ainda questionou a intenção do então ministro em afirmar que "não estava à venda". "Quando ele escreveu que não estava à venda, eu percebi que tinha alguma coisa estranha porque em momento nenhum ofereci dinheiro para ele, só estava pedindo para ficar e ajudar o governo", disse.
A deputada criticou a atitude de Moro ao expor conversas particulares. "Não se faz isso com as pessoas. Isso é uma conversa particular entre mim e ele. Ele tinha um mandado para poder vazar assim? Estou dececpcionada", desabafou no vídeo.
"Me propus a ajudar"
Na sexta-feira (24/4), a deputada federal já havia se manifestado nas redes sociais e afirmou que, ao enviar as mensagens, apenas tentava ajudar Moro e Bolsonaro a chegar a um entendimento.
"Como tenho amizade com ele (Moro), me dispus a entrar em contato com ele e conversar e chegar a um entendimento, já que, de alguma forma, ele o Bolsonaro não tinham chegado a um. Me propus a ajudar", pontuou.