A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse neste sábado, 25, em entrevista à rede CNN, que a frase do ex-ministro Sergio Moro "Prezada, não estou à venda", dirigida a ela em mensagem por WhatsApp quando questionou o ex-juiz sobre sua ida ao Supremo, não foi natural, mas sim "muito calculada".
"Eu estava completamente desarmada e ele aà armado", disse a parlamentar, ao falar das conversas relevadas na sexta-feira, 24, pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Carla Zambelli acusa o ex-ministro de ter planos de vazar as conversas muito antes da noite de sexta.
"Não é novidade nenhuma a vontade de Moro ir para o Supremo", disse Carla Zambelli.
Segundo ela, a conversa existe desde que ele foi para o ministério, seja na imprensa ou nos corredores de BrasÃlia. "Não era só eu, mas todo mundo esperava Moro no Supremo", afirmou.
A parlamentar disse ainda que Bolsonaro "nunca abriu pra gente" se ele levaria ou não Moro ao STF: "Isso é assunto de segurança nacional."
Em outra parte da entrevista, Zambelli afirmou que o nome de Moro já é há algum tempo o mais ventilado para a vaga do Supremo.
Entendimento
Para a deputada federal, havia uma falta de entendimento entre o presidente Jair Bolsonaro e Moro, "uma conversa que não andava". "Faltava uma conversa para os dois sentarem e se entenderem", disse ela, que em novos trechos da conversa com o Moro divulgadas pela própria parlamentar propõe um almoço ou um café da manhã de Moro com o presidente.
Carla Zambelli disse que se falasse com Bolsonaro sobre esse encontro, "a grande probabilidade" era de que ele aceitasse.
Sobre o vazamento das mensagens por Moro, Zambelli considerou um "traição".
Questionada sobre a forma como Moro a tratou algumas vezes nas conversas, chamando a parlamentar de "prezada", ela disse que o ex-juiz é formal e trata assim todo mundo. "Não é nem raiva, nem nada, é só uma decepção."
Ela ressaltou que trocou as mensagens de forma "ingênua".