Correio Braziliense
postado em 25/04/2020 06:00
O presidente Jair Bolsonaro pretende escolher o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para ocupar a direção-geral da Polícia Federal. O delegado tem 15 anos de atuação na PF e conheceu o chefe do Executivo ainda em 2018, durante campanha presidencial. Para o Ministério da Justiça, com a saída de Sérgio Moro, o atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, é o mais bem colocado para o posto, na visão do presidente. A escolha se tornou ainda mais importante após Moro sair do governo acusando Bolsonaro de tentar interferir em investigações.
Conhecido na PF, Ramagem foi chefe da segurança pessoal de Bolsonaro. Ao longo dos últimos meses, ganhou cada vez mais confiança do presidente e de seus filhos que ocupam cargos eletivos. Sergio Moro, quando estava à frente do Ministério da Justiça, sempre foi contra a indicação do atual chefe da Abin para o comando da PF. O ex-diretor Maurício Valeixo, exonerado ontem, era próximo de Moro e tinha a confiança pessoal do ex-juiz da Operação Lava-Jato.
A demissão de Valeixo e a saída de Moro colocam a PF e o Ministério da Justiça sob tensão. Na corporação devem ocorrer trocas simultâneas de superintendentes nos estados, além de alterações em cargos estratégicos. No Ministério da Justiça, planos de combate à criminalidade ficam pela metade, em meio ao endurecimento das ações contra o crime organizado. Além disso, existe o crescimento de casos de coronavírus dentro de unidades prisionais, que exige articulação e esforços do governo.
Além de Ramagem, o atual Secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, é um dos cotados para assumir a PF ou até mesmo o Ministério da Justiça, com a saída de Moro. O ministro Jorge Oliveira tem a confiança do presidente. Coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, ele tem agradado o presidente durante a condução de suas atividades. O ex-deputado Alberto Fraga, que chegou a ser cotado para o governo no começo do ano, também está entre os listados pelo presidente.
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