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''Pressões não adiantam'', afirma presidente da CPI mista das Fake News

Presidente da CPI Mista das Fake News, senador diz que investigações do Congresso continuarão e que a ''verdade sobre milícias digitais está próxima''

O presidente da CPI Mista das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), comentou os rumores de que o presidente Jair Bolsonaro pretende trocar o comando da Polícia Federal para barrar as investigações sobre o envolvimento de um dos filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em crimes virtuais. Segundo o parlamentar, “de nada adiantam as pressões contra as investigações do Congresso e da PF, porque a verdade sobre as milícias digitais está próxima”. Coronel acrescentou que os responsáveis pela divulgação de ataques e notícias falsas, bem como os patrocinadores, “serão devidamente punidos”.

A pressão de Bolsonaro para tirar Maurício Valeixo do comando da PF seria o motivo do desejo do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de deixar o cargo. O ex-juiz é ligado ao delegado desde os tempos da Operação Lava-Jato e foi o responsável por trazê-lo para chefiar a corporação.

Para o senador Angelo Coronel, as interferências no trabalho da PF se juntam a outras pressões contra as investigações sobre os responsáveis pela difusão de notícias falsas. “O governo é contra, mas não vai conseguir frear as investigações da CPI, da Polícia Federal e de especialistas que têm o know-how no combate a esse tipo de crime”, frisou. “O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tenta no Supremo (Tribunal Federal) impedir a prorrogação da nossa CPI, mas o ministro Gilmar Mendes acaba de indeferir o pedido. E, nos últimos dias, o Carlos Bolsonaro tem me atacado fortemente nas redes sociais. São pressões vindas da mesma fonte”, emendou o parlamentar.

Coronel comemorou o fato de o trabalho da CPI ter sido prorrogado por 180 dias. “Em breve, teremos novidades, pois já recebemos do Facebook e do WhatsApp os números dos IPs das máquinas de onde partem as fake news que depreciam os adversários do governo com notícias falsas. Isso não pode continuar”, acrescentou.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), rompida com o presidente Bolsonaro desde que foi retirada da liderança do governo no Congresso, disse que as pressões sofridas pela PF estão também ligadas às investigações sobre o envolvimento do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) com um esquema de rachadinha quando era deputado estadual. Nessa prática, os funcionários devolvem parte dos salários ao parlamentar.

“Junte as pontas. @jairbolsonaro manda demitir Valeixo, escolhido por Moro depois que: 1- A PF chegou ao centro e aos financiadores das milícias digitais. 2- Bolsonaro negociou o governo com Bob Jefferson e Valdemar. 3 - a corda aperta o pescoço do filho Flávio no caso Queiroz”, tuitou a deputada, referindo-se também à recente aproximação de Bolsonaro com os ex-deputados Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto, presidentes, respectivamente, do PTB e do PL.

Já a deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada de Bolsonaro, contestou as notícias sobre a intenção de Moro de deixar o governo. “Não há nenhuma confirmação de que o ministro @SF_Moro tenha pedido demissão. Aliás, a informação que tenho é de que isso não ocorreu. Se houver mudanças no comando da PF, o que é possível, esperemos o Presidente @jairbolsonaro e @SF_Moro encontrem um nome de consenso!”, escreveu a parlamentar no Twitter.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) também usou a rede social para defender o governo. “Moro fica! Mais uma tentativa frustrada dos urubus de plantão em desgastar Bolsonaro. Tudo armação fracassada. Chorem muito, urubus...”, tuitou.