A justificativa para a não assinatura a carta é que ele quer distância do embate político com o presidente, pois já tem "tantos incêndios para apagar em Minas Gerais, uma crise financeira descomunal". O governador tenta se equilibrar entre o combate à Covid-19 e um alinhamento maior ao presidente. Bolsonaro defende o afrouxamento das medidas de isolamento social, mas, ao mesmo tempo, é quem pode ajudar Zema a incluir Minas no chamado Regime de Recuperação Fiscal, que possibilitaria ao estado, por exemplo, renegociar dívidas administradas pelo Tesouro.
O governador quer ainda vender à União a estatal Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). O valor seria de R$ 35 bilhões. A dívida de Minas com a União é de cerca de R$ 100 bilhões. Zema avalia não haver outra forma de melhorar as finanças do Estado que não passem por caminhos que levam ao governo federal.
No dia 9, foi a Brasília se encontrar com o presidente. No mesmo dia, anunciou uma série de medidas para que professores retomassem suas atividades a partir de 4 de maio "em regime não presencial". No dia 15, as medidas foram derrubadas pela Justiça, depois de ação movida pelos educadores.
Antes da ida a Brasília, em outro aceno ao presidente. Zema não assinou em março a Carta dos Governadores do Brasil Neste Momento de Crise, que criticava o comportamento de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Apesar disso, o governador não conseguiu retorno do Planalto.
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A assessoria de Zema, em nota, disse que o governo "mantém discussões com o presidente Jair Bolsonaro para tratar da crise econômica, agravada pelo coronavírus no Estado". E que, nesse sentido, "o governador apresentou ao governo federal questões relevantes".