Politica

Bolsonaro critica governadores e prega o fim do isolamento

 

 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os governadores e prefeitos, além de defender o fim da política de isolamento social, ontem à tarde, em frente ao Palácio do Planalto, para onde se dirigiu, segundo ele próprio, com o objetivo de “observar o movimento”. Bolsonaro estimulou a aglomeração das pessoas — todo fim de semana populares visitam a Praça dos Três Poderes — ao permanecer durante cerca de 50 minutos no alto da rampa do Palácio do Planalto, onde conversou com seguranças e acenou para um pequeno grupo que estava junto à grade. Quando o número de pessoas aumentou, Bolsonaro foi ao encontro delas. Manifestantes gritavam seu nome e palavras de ordem contra o aborto, posicionados atrás da barreira de proteção. A maioria estava sem máscaras.

 

Separado pelas grades, Bolsonaro falou aos apoiadores e voltou a disparar críticas às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos. Disse que as ações provocam efeitos negativos na economia, prejudicam o comércio e os trabalhadores informais. Afirmou que “milhões” perderam empregos com carteira assinada e que a economia foi paralisada. Também anunciou que “vai faltar dinheiro” para pagar o funcionalismo público. O presidente da República voltou a insinuar que existe uma conspiração para afastá-lo do poder. “Não vão me tirar daqui, com certeza”, declarou aos apoiadores, que gritavam palavras de ordem contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

 

O presidente da República voltou a dizer que a abertura do comércio não depende dele, mas de governadores e prefeitos. “Se dependesse de mim, muito mais coisa estaria aberta”. E lembrou da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu a autonomia de estados e municípios para definir regras de isolamento. Ele também disse que 70% da população serão infectados pelo novo coronavírus. “Se não for hoje, será semana que vem”, declarou. Aproveitou para transmitir ao vivo a conversa com os apoiadores em uma rede social. O presidente também disse que não apoia ações de flexibilização do aborto e parabenizou as pessoas pelo protesto, recebendo como presente um quadro com a imagem de Jesus Cristo.