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'Se tiver mais desemprego, isso vai impactar no SUS', diz novo ministro

À frente do Ministério da Saúde, o médico oncologista não falou especificamente de novas ações, mas disse que foco agora será em informações de qualidade e equipe

Em discurso de posse na manhã desta sexta-feira (17/4), o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, ressaltou importância de atenção a questões econômicas neste momento de crise em decorrência do novo coronavírus. Em evento no Palácio do Planalto, o médico oncologista disse que é preciso acompanhar os indicadores sociais. “Porque se a gente tiver mais desemprego, pessoas vão perder o plano de saúde e isso vai impactar no SUS (Sistema Único de Saúde)”, afirmou. 

Teich pontuou que é necessário estar atento à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, mas também a outras doenças. De acordo com ele, a Covid-19 está atraindo todas as atenções, mas que é importante não deixar de lado outras doenças, e que é preciso acompanhá-las com a mesma intensidade, “mesmo que não fale tanto nelas”. 

“Por exemplo, se você tem menos disponibilidade de serviços de diagnóstico, será que você não vai prejudicar o diagnóstico de pessoas com câncer? O que isso vai representar lá atrás, quando você reduz a atividade? Não é (atividade) da economia, é (atividade) dos serviços. O que vai acontecer quando a pessoa fica em casa com medo de ir ao pronto-socorro, infarta e não chega a tempo no hospital?”, questionou. 

O médico lembrou que agora o país entrará em um período em que outras doenças aparecem com força, como dengue e influenza, e que isso irá complicar o sistema de Saúde. Teich ressaltou, então, sem tratar de medidas específicas, que é preciso acompanhar a evolução das doenças com informações de qualidade, bem detalhadas, e com a integração de equipes. “É uma coisa que eu pretendo trazer de forma mais intensa nessa transição de um ministro para outro”, afirmou.

De acordo com ele, “a grande dificuldade realmente é tirar as coisas do papel e fazer na prática”. “É como você realmente muda a história e ajuda as pessoas", pontuou. Ainda sobre a relação entre economia e saúde, o novo chefe da pasta destacou a importância da interlocução ministerial e do foco nas pessoas. "Por mais que fale em Saúde, em Economia, não importa o que você fala, o final é sempre gente."
 
 

Medicamento


Alinhado com as intenções do presidente Jair Bolsonaro, Teich prometeu acelerar a troca de informações para propor soluções e retomar a confiança da população, mesmo em um cenário de incertezas. “Mas temos coisas promissoras. Medicamentos surgindo como uma grande possibilidade”, disse. 

Saiba Mais

Teich citou um estudo de um antiviral que saiu na última quinta-feira (16), mas não disse o nome. “Esperança é que a gente consiga ter uma solução para o problema mais rápido do que a gente imagina se tiver um medicamento. Isso é uma coisa fundamental”, disse. 

De acordo com ele, a intenção é aproveitar a posição privilegiada do Ministério da Saúde para obter avaliações precoces de pesquisas não só da Covid-19, mas de outras áreas. “Para que consigamos antecipar possíveis informações para que a gente consiga utilizar e ter acesso a medicamento que possa ajudar nisso”, ressaltou.