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Com discurso brando, Mandetta se despede do Ministério da Saúde

Se em outros momentos falou sobre importância de ciência e isolamento social no combate à Covid-19, dessa vez ex-ministro apenas agradeceu presidente, falou de suas ações na pasta e ressaltou importância do SUS

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta fez na manhã desta sexta-feira (17/4) um discurso mais brando em evento de posse do novo ministro Nelson Teich. Se ontem, ao se despedir de servidores, Mandetta ressaltou importância da ciência e disse que o sistema de saúde ainda não está preparado para uma “marcha acelerada” de crescimento de casos de coronavírus, dessa vez, ele apenas agradeceu o presidente Jair Bolsonaro, ministros, citou suas ações à frente da pasta ministros e ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS).

O ex-ministro falou sobre o desafio de construir um sistema de saúde igualitário em tempos em que o país precisa fazer um reajuste fiscal. “Não existe saúde sem economia”, pontuou. De acordo com Mandetta, "o mundo se dividirá em antes e depois do coronavírus". "Todas as economias vão sofrer, as nossas vão sofrer, e muito nos preocupa a segunda onda", disse, se referindo ao desemprego e problemas econômicos em todo o mundo. 

Na última quinta-feira (17), o ex-ministro disse entender que o foco do presidente era mais ampliado, enquanto ele tem um olhar mais na saúde. “Sei da dificuldade do peso da decisão dele. Ter que decidir em que momento a economia deve retornar à normalidade, o impacto disso no emprego", disse na ocasião.

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Assim como falado na quinta-feira em seu discurso no Ministério da Saúde, Mandetta afirmou que a implantação de um sistema único de Saúde no mundo é o debate “pós-coronavírus mais desafiador”. Essa possibilidade, segundo ele, é fruto de discussões no âmbito do G20, em que o acesso universal à Saúde se tornou um compromisso. “Como o Brasil vai sentar na mesa de negociação da nova ordem de Saúde”, questionou.

Mandetta falou sobre a importância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e sobre a necessidade de que haja autonomia da instituição, com investimentos para que possa produzir vacina no momento em que o produto contra o novo coronavírus for desenvolvido. “Pode ter certeza que quando tiver vacina, ela só vai ser feita por quem conseguir produzir. E nós precisamos da nossa autonomia”, afirmou. Ao final da fala, agradeceu o presidente mais uma vez, dizendo ter sido uma honra ocupar o cargo, e se colocou à disposição.