O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não aceitou a demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wandersson Oliveira, que anunciou nesta quarta-feira (15) que se desligaria da função. A negativa de Mandetta em permitir que o encarregado se demitisse foi anunciada em uma reunião com deputados, durante a tarde.
O secretário chegou a enviar uma carta ao ministro e funcionários do ministério, afirmando que deixaria o cargo por conta da insegurança política sobre a permanência ou não de Mandetta a frente do Ministério. Oliveira é considerado o homem de confiança do ministro, e apontado com um dos técnicos de maior reconhecimento na atual equipe.
Na reunião com parlamentares de uma comissão da Câmara para tratar sobre a pandemia de coronavírus, o ministro afirmou que vai trabalhar até o último dia em que for mantido no cargo. No entanto, destacou que tem informações importantes que indicam que sua demissão pode ser assinada pelo presidente Jair Bolsonaro ainda nesta semana.
Além de demonstrar preocupação com a capacidade de atendimento dos hospitais nos estados e a distribuição de respiradores no país, o ministro da Saúde afirmou que é necessário que o governo trabalhe diariamente para tentar conter o avanço da doença, a fim de preservar a capacidade do sistema de saúde e evitar que ocorra um colapso, o que poderia fazer com que o número de mortes aumentasse rapidamente.
Mandetta destacou, de acordo com uma fonte, que para continuar adotando políticas de isolamento, contenção e de compra de equipamentos e montagem de leitos, precisa ter uma equipe eficiente, por isso, não aceitou a demissão do secretário. Ele recebeu o apoio dos parlamentares.
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A estratégia do presidente e seus aliados é fritar publicamente o ministro, e colocar sob a gestão a responsabilidade de eventuais falhas, para reduzir o impacto negativo na imagem do Executivo pelo fato de retirar do cargo o ministro da Saúde em meio a pandemia.