Politica

Bolsonaro fala em 'resolver questão da Saúde para tocar o barco'

Fala do presidente aconteceu horas antes de um dos braços direito do ministro da Saúde, Wanderson de Oliveira, pedir demissão do posto de secretário de Vigilância em Saúde

Os rumores de uma provável demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ganham cada vez mais força dentro do governo federal e nesta quarta-feira (15/4), o presidente Jair Bolsonaro admitiu a apoiadores que está fazendo a sua parte para dar um fim ao mal-estar gerado pelas divergências entre ele e Mandetta. De acordo com o presidente, o “problema da Saúde” será resolvido e o país poderá “tocar o barco”.

"Pessoal, estou fazendo a minha parte. Resolveremos a questão da Saúde no Brasil para tocar o barco", comentou o mandatário brasileiro nesta manhã, na saída do Palácio da Alvorada.

Desde que o país passou a registrar ocorrências de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, no fim de fevereiro, Bolsonaro e Mandetta entraram em conflito pela necessidade de isolamento social e fechamento de comércios como medida de prevenção contra o micro-organismo. Enquanto o ministro da Saúde sempre pregou que pessoas de todas as idades deveriam respeitar as quarentenas impostas por alguns estados e municípios, o presidente rebateu que apenas idosos deveriam permanecer confinados.

Desde então, Bolsonaro tornou pública a sua insatisfação com Mandetta. Chegou a dizer que “faltava humildade” ao ministro e que ele deveria “ouvir mais o presidente da República”. Por outro lado, Mandetta também desabafou. No último domingo (12/4), em entrevista ao Fantástico, disse que esperava uma “fala unificada” do Executivo federal e reclamou que o brasileiro “não sabe se escuta o ministro ou o presidente” no enfrentamento à crise.

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A entrevista pode ter sido o estopim para a demissão de Mandetta. No Palácio do Planalto, a conversa à TV Globo não foi bem vista e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, alertou que o ministro da Saúde “não precisava ter dito algumas coisas” e que ele “cruzou a linha da bola e fez falta grave”. 

Enquanto a exoneração de Mandetta não é confirmada, aliados dele no Ministério da Saúde já deixaram a pasta. Nesta quarta, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, que auxiliava Mandetta na divulgação das ações da Saúde para combater a Covid-19 e dos números de casos da doença pelo país, pediu demissão.