O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão na manhã desta quarta-feira (15/4) em meio à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Ele era um dos principais auxiliares do ministro Luiz Henrique Mandetta, e estava sempre presente nas entrevistas coletivas que falavam sobre a evolução do vírus no Brasil e no mundo.
As discordâncias entre Mandetta e o presidente da República, Jair Bolsonaro, quanto à forma de agir perante à disseminação do vírus no país tornou a relação entre os dois cada vez mais difícil. Na última segunda-feira (6), as informações de que ele seria demitido foram divulgadas inicialmente pelo jornal O Globo e pairou sobre Brasília. Ao fim do dia, Mandetta deu uma entrevista coletiva dizendo que ficaria no cargo e repetindo a frase de que "um médico não abandona o paciente". Na ocasião, ele afirmou que outros servidores da pasta chegaram a limpar gavetas, inclusive a sua própria, dizendo que se saísse, os auxiliares iriam com ele.
O principal ponto de divergência é que Bolsonaro é favorável a medidas menos restritivas de isolamento e é da tese que devem ficar de quarentena apenas pessoas do grupo de risco, como idosos e doentes crônicos. O ministro, por outro lado, manteve o discurso de que seguirá a linha da ciência, as orientações da Organização Mundial da Saúde, pedindo sempre para que as pessoas ficassem em casa.