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Quase 6 mil brasileiros ainda esperam por repatriação, diz chanceler

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, 10 mil brasileiros já foram trazidos de volta do exterior, mas outros 5,8 mil ainda enfrentam dificuldades para retornar ao Brasil

Os casos de brasileiros “presos” no exterior e que não conseguem voltar ao país devido às restrições de tráfego aéreo ao redor do mundo estão sendo acompanhados de perto pelo Ministério das Relações Exteriores, garantiu o chefe da pasta, Ernesto Araújo. De acordo com o chanceler, atualmente há pelo menos 5,8 mil brasileiros identificados pelo Palácio do Itamaraty que estão com dificuldades para serem repatriados. Ele frisou que o Ministério está “muito dedicado para que eles voltem com segurança”.

O ministro comentou que o governo federal está fretando alguns voos para os brasileiros que estão em países onde já não há mais oferta de viagens aéreas comerciais. O primeiro destes voos fretados aconteceu na segunda-feira (30/3), disse Ernesto, e trouxe 150 brasileiros do Equador. Nesta quarta-feira (1º/4), a previsão é de que mais um voo custeado pelo Executivo federal chegasse do Peru, com 160 repatriados.

Segundo o chanceler, Portugal é o país que concentra a maior quantidade de brasileiros querendo voltar ao Brasil. Ele disse que pouco mais de 1,5 mil estão no aguardo. De toda forma, este grupo deve pousar em solo nacional até sábado. “Já há voos comerciais programados para os próximos três dias que devem trazer praticamente todos os brasileiros. Se eles não conseguirem, todos nós providenciaremos que os demais possam regressar. Nossos consulados e embaixadas estão dando todo o apoio possível, permanentemente”, afirmou Ernesto.

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O ministro acrescentou que outros brasileiros devem chegar ao país vindo da Austrália, da Nova Zelândia, da África do Sul, da Colômbia e da Argentina. Ele deixou claro que o atendimento dos consulados e das embaixadas está “completamente mobilizado para atender essas situações”. Ele disse que é “fundamental” que os brasileiros em busca de repatriação se identifiquem às representações diplomáticas do país no exterior.

“Todos os brasileiros que estão no exterior precisando de repatriação são prioridade do mesmo nível para nós. Cada vez que chega um voo é um alívio, mas é sempre um alívio parcial, um alívio pela metade. Porque continuamos pensando naqueles que ainda não tiveram essa oportunidade e continuamos trabalhando por todos eles”, ressaltou Ernesto.

Conversa com Trump

Nesta manhã, o chanceler participou da conversa por telefone que o presidente Jair Bolsonaro teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os dois mandatários conversaram, basicamente, sobre os impactos do coronavírus em cada um dos países e “trocaram encorajamento neste momento difícil”. De acordo com Ernesto, Trump “se colocou à disposição para cooperação com o Brasil no que for necessário, na parte logística, na parte médica”. 

“O telefonema foi basicamente para uma conversa de reconhecer o momento difícil e de trocar essa disponibilidade de cooperação. Isso é algo, que dadas as capacidades dos Estados Unidos, certamente pode ser muito importante para o Brasil”, enfatizou o ministro.

Ernesto ainda comentou que Bolsonaro e Trump não entraram no assunto isolamento social. Enquanto o presidente brasileiro não é favorável ao confinamento absoluto, o americano reconheceu que as quarentenas podem ser eficazes no combate à Covid-19. Eles tampouco conversaram sobre a declaração de Trump, na segunda-feira, que poderia restringir a entrada de brasileiros em solo americano.

“Isso faz parte das restrições praticamente globais, que todos os países estão adotando. Mas os presidentes não entraram especificamente nisso”, comentou o ministro das Relações Exteriores.