O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou, ontem, que não existem indícios de que o país possa sofrer ondas de saques. Em coletiva de imprensa para tratar da epidemia de coronavírus, ele destacou que Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal foram colocadas à disposição do Ministério da Saúde. Em portaria publicada no Diário Oficial da União, o ministro autoriza o emprego da Força Nacional nas ações de saúde até 28 de maio.
De acordo com Moro, a Força Nacional deve atuar, a princípio, no transporte de medicamentos e no auxílio de profissionais de saúde nos estados. No entanto, de acordo ele, se for necessário, a corporação pode ser empregada em ações de segurança pública relacionada à epidemia. “As ações que vão ser tomadas pela Força Nacional serão discutidas com o próprio Ministério da Saúde, mas foi uma medida que achamos necessária para deixar a Força preparada para uma intervenção, se necessária, mais voltada para a segurança pública”, disse.
Moro lembrou que o país não enfrenta problemas de abastecimento no momento. “Tenho recebido questionamento sobre riscos de saques no país. O que tenho visto é que não existe uma crise de abastecimento e não existe nada de concreto relacionado à iminência de movimentos de saques. Claro que essa crise gera uma série de ansiedades, mas é inapropriado ficar antecipando caos que não deve acontecer”, emendou.
Para Leonardo Sant’Anna, especialista em segurança pública, o uso das forças de segurança deve ter foco na proteção ao transporte de alimentos e demais cargas que podem se tornar alvos da cobiça de criminosos. “Em situações de anormalidade social, a tendência é de que os movimentos devam ser antecipados e preventivos, em especial à proteção da distribuição de bens e serviços que possam ser alvo de ações criminosas”, frisou. “O largo emprego de forças especializadas de segurança é uma medida comum, que, inclusive, já está sendo realizada em outros países.” (RS)
“O que tenho visto é que não existe uma crise de abastecimento e não existe nada de concreto sobre a iminência de saques”
Sérgio Moro, ministro da Justiça