Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, divergem sobre a importância do isolamento social como ferramenta de combate ao novo coronavírus, os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, se posicionaram a favor das medidas de confinamento como estratégia de prevenção.
Toffoli e Santa Cruz conversaram por meio de uma live em uma rede social. O presidente do STF foi enfático ao defender o seu argumento, pedindo que a população dê atenção às recomendações de autoridades sanitárias, especialmente da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para Toffoli, o momento é de solidariedade. “Não dá para tomar decisões em cima do ‘eu acho’, do que ‘eu penso’, do que ‘eu queira que fosse’, senão, a realidade se volta contra nós”, alertou.
“Tudo o que tem ocorrido no mundo leva a crer dessa necessidade do isolamento, realmente, que é para puxar a diminuição de uma curva (de infecções) e poder ter um atendimento de saúde para a população em geral”, frisou o presidente do STF.
Felipe Santa Cruz compartilhou da opinião de Toffoli. “Vamos ficar em casa, com serenidade, e tudo isso vai passar”, afirmou o presidente nacional da OAB.
Dentre outros assuntos abordados na live, Toffoli e Santa Cruz conversaram sobre a atuação da imprensa neste momento de pandemia. Desde a aparição dos primeiros casos no país, os veículos de comunicação têm sido duramente criticados por Bolsonaro. No último fim de semana, Mandetta também reclamou dos jornais, ao dizer que a imprensa é “tóxica”. Ontem, o ministro se desculpou.
Segundo Toffoli, “não existe um estado democrático de direito sem um Judiciário independente, sem uma advocacia que possa ter a liberdade de ter a coragem de dizer o que precisa ser dito, sem ter uma imprensa livre, uma imprensa que também possa dizer e trazer luz aos fatos, e mostrar os fatos”. O presidente do STF insistiu sobre a importância da informação transparente e confiável. “Os fatos, eles estão aí, não podemos desrespeitar. Não há como querer esconder fatos, num estado democrático de direito, isso não existe, não há como deturpar os fatos”, alertou Toffoli.