O fim de medidas mais restritivas de isolamento tem sido frisado pelo presidente nos últimos dias. Em pronunciamento no último dia 24, Bolsonaro chamou o vírus de “gripezinha” ou “resfriadinho”, a epidemia no Brasil de “histeria” e disse que a vida das pessoas tem que continuar, em referência ao retorno das atividades. “Os empregos devem ser mantidos, o sustento das famílias deve ser preservado. Devemos sim voltar à normalidade”, disse o presidente.
A questão se tornou motivo de brigas e até rompimento com os governadores que aplicaram medidas mais duras, como decretação de fechamento de comércios e impedimento de entrada de transporte interestadual de passageiros. Bolsonaro afirmou que governadores estão fazendo “demagogia barata” em cima da crise. No próprio pronunciamento, disse que as autoridades estaduais e municipais “deveriam abandonar o conceito de terra arrasada”.
A reação foi imediata em toda a sociedade civil e nos meios políticos. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), até então aliado do presidente, rompeu com o mesmo, dizendo que as regras a serem seguidas são as estabelecidas pelo governo estadual. “As declarações do presidente não atravessam as fronteiras de Goiás e não atingem os goianos”, disse. Caiado, que é médico, fez outras críticas ao presidente e disse que é inadmissível Bolsonaro tratar a pandemia como “resfriadinho”.