Maia falou sobre as reformas após ser questionado se a Câmara deixaria as matérias para 2021. “Nunca dissemos que as reformas ficaram para 2021. Não foram aprovadas até hoje porque o governo não encaminhou. A (reforma) tributária só caminha pelo esforço do parlamento e a administrativa não chegou na casa. O pessoal da equipe econômica cria uma narrativa que não é verdadeira. Precisamos salvar vidas e empregos. Quem vai liderar isso é o estado. Se o governo nos der previsibilidade, podemos pensar nas reformas. Mas se não der previsibilidade, como a população vai pagar aluguel nos próximos meses? Vai ser despejada?”, questionou.
“Temos um espaço enorme a ser percorrido. Com reforma ou sem reforma, o Brasil ia precisar de enfrentar o impacto econômico dessa crise. Ou os EUA precisam das mesmas reformas que a gente?”, comparou Maia. “Se o governo apresentar um pacote, nos dará previsibilidade. Como a gente faz para suspender o contrato de trabalho e seguro desemprego para o empresário pagar a empresa? O que está atrasado não está na Câmara e não está no Senado. Temos condições de enfrentar as reformas neste ano. Contanto que a gente supere a agenda de curto prazo. Se não tivermos agenda de curto prazo, não teremos sistema tributário. As empresas estarão em situação de falência”, alertou.
Sobre redução do salário de funcionários públicos, Maia disse que ou os trÊs poderes conversam abertamente e negociam as ações, ou farão mais tarde, “brigando com a realidade”. “Acho que é uma questão inevitável. Vamos ter queda de arrecadação. Todos vamos ter que nos adequar à realidade. Ou vamos nos adequar em um dois três meses, ou mais tarde, brigados com a realidade. Uma proposta tem que ser construída pelos Três Poderes. Teremos que readaptar nossa despesa. Muitos estão cumprindo seus papéis. Político ganha muito? Nós somos o único poder que não aumentou o teto salarial. Tem que ser coletivo, para atender os R$ 200 bi anuais de pagamento de salários dos poderes. Isso, não consigo fazer sem os outros poderes”, ponderou Maia.
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Sobre um atraso nas eleições, Maia insistiu que não é tão simples e não há previsão constitucional para um adiamento. Também disse temer que uma decisão nesse sentido crie risco institucional. “Essa questão de eleição não é tão simples. Não tem previsão constitucional. Abriríamos um risco institucional muito grande. Não é uma questão simples e do ponto de vista constitucional que se resolva fácil. Vamos cuidar dos dois meses, garantir previsibilidade Vai ter que ser com dinheiro público. Espero que em dois meses, aos poucos, se libere a sociedade. Começamos a retomar a economia, para que a gente possa realizar as eleições. A população vota por quatro anos e não por seis, e isso precisa ser respeitado”, definiu Maia.