Politica

Mourão defende distanciamento social

 
Na contramão do que prega Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu o isolamento. Ele afirmou que o chefe do Executivo “pode ter se expressado de uma forma que não foi a melhor” ao tentar “colocar a preocupação que todos nós temos com a segunda onda”, que foca nos prejuízos econômicos da pandemia no Brasil. A primeira onda, segundo ele, seria o impacto na saúde da população.

O vice-presidente disse que a “posição do governo, por enquanto, é uma só”: de defender o distanciamento social. O ideal, segundo ele, é o isolamento horizontal — ou seja, que se afastem das atividades não apenas pessoas que fazem parte do grupo mais vulnerável, como idosos e pessoas com doenças pré-diagnosticadas, mas todos os que puderem ficar em casa.

“A minha visão, por enquanto, é que temos de terminar este período que estamos em isolamento para que haja calibragem da forma como está avançando a epidemia no país”, defendeu. Depois dessa avaliação, será possível “gradativamente, ir liberando as pessoas dentro de atividades essenciais para que a vida do país prossiga”.

O presidente, “por enquanto”, respeita as recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acrescentou o vice. Mourão entende que “existe uma discussão no mundo entre o isolamento horizontal e o isolamento vertical”. O segundo prevê o afastamento apenas das pessoas do grupo de risco e as que convivem com elas, como defendeu Bolsonaro.

Mourão minimizou a indisposição do presidente com governadores que defendem o isolamento, ao dizer que isso “faz parte da política”. “Ela, muitas vezes, nos coloca em polos opostos. Existe um ambiente de cooperação entre governos estaduais e federal, porque temos de estar unidos para vencer esta epidemia com menor dano possível à população”, enfatizou.

Heleno volta ao trabalho
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, retornou aos trabalhos no Planalto. Após passar por exames no último dia 17, ele testou positivo para o coronavírus. Ontem de manhã, o ministro participou de uma videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro e com governadores do Sudeste. Segundo o próprio Heleno, desde o dia 18 estava assintomático e ficou uma semana cumprindo isolamento. De acordo com a assessoria do GSI, o general retornou com autorização médica. Ele fez parte da comitiva que acompanhou Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos. Até o momento, 23 integrantes da delegação testaram positivo.