O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o país deverá gastar entre R$ 300 bilhões e R$ 400 bi para lidar com as crises na Saúde e na Economia, provocada pela pandemia de coronavírus. Ele também defendeu que grande parte dessa quantia deverá ser destinada a proteger à população. Tanto na prevenção e tratamento de infectados, quanto para garantir o emprego e a renda de famílias mais vulneráveis.
As afirmações de Maia foram feitas à CNN Brasil. Maia também disse que o dinheiro do fundo partidário estará disponível se o Executivo precisar, e que todos os poderes devem contribuir como puderem para minimizar a crise. “Todo o poder público vai ter que contribuir. Transferir a responsabilidade para o parlamentar é um gesto importante, mas sem impacto fiscal. Os três Poderes vão ter que contribuir”, destacou.
“Na hora de organizar as despesas públicas, todos os Três Poderes, todos os servidores, todos os que têm mandatos contribuirão. Todos têm que colaborar. Temos que regulamentar o teto gastos. Tem muitos servidores que ganham acima do teto. É um programa de votação que vamos ter que organizar nas próximas semanas, para que todos contribuam”, afirmou o presidente da Câmara.
Sobre o fundo eleitoral e partidário, especificamente, Maia afirmou que é uma quantia pequena perto do que será necessário, mas que o presidente da República terá liberdade de usar. “O presidente tem toda a liberdade para usar todo o orçamento e ampliar o gasto. Quando aprovamos a calamidade pública, não existe mais meta. O governo tinha organizado um gasto acima de R$ 126 bi, mas poderá gastar R$ 300 bilhões, R$ 400 bilhões. E pode passar receita de um lado para o outro”, garantiu.
“Já liberamos R$ 6 bi, agora, soltamos mais R$ 8 bi. Acho que a gente precisa entender o tamanho do nosso problema, que não é pequeno. Todos os recursos que o governo entender necessário, vai poder usar. De todos os Poderes. No fundo eleitoral, partidário, são R$ 2 bi. Que se use. A saúde vai precisar de R$ 50 bi. Não temos que nos preocupar com gastos futuros. Tem que ser qualquer rubrica. O governo tem que gastar o que a gente precisar. Na MP, o governo tinha uma previsão de R$ 10 bilhões. Não apareceram os R$ 10 bi, tem que gastar. E se precisar de tirar, do Legislativo, da Justiça, vai tirar. Os gastos para garantir as vidas e economia serão de uns 300 bilhões”, acrescentou.
Questionado sobre se a economia ou saúde, qual o mais importante, o parlamentar foi incisivo na resposta. ““A linha é a preservação das vidas. Essa é a prioridade. Alguns economistas falaram que um pico pode criar recessão menor. Sou contra isso. Se achatarmos a curva, criamos vagas na UTI para que todos possam ser atendidos. Essa deve ser a prioridade. Paralelo a isso, com o isolamento das famílias, a economia vai ter um tranco de 30, 60, 90 dias. Temos que ver a reação de cada um ao vírus. Cada país está sendo de uma forma. Temos que ter paciência. Focar em estados e municípios, junto com setor privado. Construir mais leitos na UTI”, elencou.
“Não adianta querer ativar a economia agora. A gente tem que garantir recurso. Imagina aquele que vive na informalidade? Não vai ter pra quem vender. A consequência do isolamento vai ser o impacto na economia e área social. Mas a vida é sempre a prioridade. para os contaminados, e para os que podem ficar sem comida para suas famílias, para os seus filhos, e precisa cuidar semana por semana. É um vírus novo. Não há vacina, e precisamos ver qual é a melhor solução ao longo da crise para os brasileiros”, destacou Maia.
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