O presidente Jair Bolsonaro voltou a repetir críticas a governadores na saída do Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira (20/3). Ele se mostrou contrário a algumas medidas aplicadas por eles na tentativa de conter o novo coronavírus no país. Bolsonaro disse que ‘tem certos governadores’ que estão tomando ‘medidas extremas’ e que ‘não compete a eles fechar aeroporto ou rodovias’.
“Eu não posso como chefe de estado sair gritando por aí ‘vai morrer todo mundo, não tem jeito né. Não podemos entrar nessa situação. O pânico piora a situação do Brasil. Tenho que falar a verdade e transmitir tranquilidade ao povo brasileiro. Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas. Não compete a eles fechar aeroporto, fechar rodovias. Não compete a eles fechar shopping, feiras dos Nordestinos no Rio de Janeiro. O comércio para, o pessoal não tem o que comer. O vírus, em alguns casos, mata, sim. Mas muito mortos serão sem comida. A pessoa com uma alimentação deficitária é mais propensa, ao pegar o vírus, complicar sua situação sanitária, levando até a óbito. Então, o remédio tem que ser proporcional. Senão, mata. Se qualquer um tomar remédio demais vira veneno. Precisamos todos nos unirmos. Todos, sem exceção”, apontou.
Bolsonaro disse ainda que ficou "preocupado" ao saber que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decidiu fechar as divisas da capital. Além disso, também foram proibidas visitas em praias, rios e portos turísticos da cidade. Medidas semelhantes foram aplicadas pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Questionado sobre a medida de fechamento de comércio por parte de governadores, o chefe do Executivo afirmou que a mesma é ‘exagerada’ e defende que sejam estabelecidas medidas ‘equilibradas’ para conter a doença.
“Olha só. Eles vão querer jogar a responsabilidade em cima de mim. A economia está parando. Estão tomando medidas, a meu ver, exageradas. Fechar aeroporto no Rio de Janeiro. Não compete a ele, meu Deus do céu. A Anac está à disposição de todo mundo para conversar. Eu vi ontem o decreto do governador do Rio que, confesso, fiquei preocupado. Parece que o Rio de Janeiro é outro país. Não é outro país. É uma federação. Temos que tomar medidas equilibradas. E cada vez mais levam pânico. Se acompanharem o que está acontecendo com os mais pobres, daqui a pouco vamos ter problemas de saques. Problemas outros vão aparecer no Brasil. Temos que buscar evitar isso. Dar uma esperança. Nosso trabalho é evitar que aquela curva seja muito acentuada."
O presidente apontou ainda que não é hora para disputa política. “Eu acho, tenho fé em Deus. Acredito em Deus que vem uma vacina, que vem um remédio para curar isso aí. A gente precisa superar isso daí. Não é hora de disputa política, de fazer grupo para lá, para cá. Me acusar de tudo que acontece. O que cabe a mim, estou fazendo com meus ministros. Alguns acham que tem que ter impeachment. Pra que?Vai manter os ministros ou vai por ministros como era antigamente no Executivo?”, questionou.
Bolsonaro disse ainda que caso as medidas sejam excessivamente restritivas, muitas pessoas poderão passar fome. “Não podemos, e vocês estão levando para o lado como se eu não estivesse preocupado, levar para o extremismo. Pessoal da informalidade pode ficar até sem comida. Vai faltar alimento para eles. Estamos criando um voucher para ele. É pequeno, é pequeno, mas é o que podemos fazer, para 20 milhões de pessoas. A questão da alimentação escolar que vem basicamente da agricultura familiar. Acertei com Weintraub a questão da merenda escolar. Escolas estamos recebendo alimentação escolar e as escolas ou vão entregar ou os pais vão buscar alimentação na escola. Estamos fazendo todo o possível para vencer esse problema”, concluiu.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.