Nem as orientações do próprio governo para evitar aglomerações e suspender eventos de massa como medida de combate ao novo coronavírus foram suficientes para barrar pró-bolsonaristas de saírem às ruas de todo o país. O próprio presidente da República, após recorrer às redes sociais pedindo adiamento das manifestações, também marcou presença. Na Esplanada dos Ministérios, se dirigiu os apoiadores para tirar selfies e cumprimentá-los. "Não tem preço", declarou.
Jair Bolsonaro (sem partido) saiu do Palácio do Planalto e iniciou a participação nas manifestações de carro. Antes, postou no Twitter uma série de vídeos mostrando as manifestações nos quatro cantos do país. Os registros foram feitos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão, Pará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
Nas ruas, muitos manifestantes teceram críticas contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli. Por meio de faixas, sugeriram combater com álcool e fogo o "vírus do STF e do Congresso" e defenderam a volta da AI-5, ato mais repressivo da Ditadura Militar. Pelas redes sociais, o presidente afirmou que não se trata de um movimento “a favor do Brasil", disse para a câmera do celular enquanto mostrava a mobilização na Esplanada e interagia com o público.
A professora Anita Queiroz foi uma das apoiadoras que conseguiu uma foto com o presidente. "Consegui chegar perto, ele pegou meu celular, fez uma selfie, assim como ele estava fazendo com muitas pessoas", disse ao Correio.
Ela conta que a movimentação estava tranquila e que havia muitos idosos participando do ato. "Inclusive minha amiga, com mais de 70 anos. Pouquíssimas pessoas estavam de máscara, acho que o pessoal não estava muito preocupado com isso (coronavírus)", completou.
Quem também não optou pela máscara foi o presidente da República. Na sexta-feira, ele anunciou resultado negativo para contaminação pelo novo coronavírus. No entanto, a recomendação era de que ele fizesse novo teste e, enquanto isso, permanecesse em isolamento domiciliar. As medidas foram anunciadas após membros da equipe de governo de Bolsonaro que o acompanharam na recente viagem aos EUA confirmarem a doença.