Politica

"Pouco caso": Maia e Alcolumbre criticam Bolsonaro por manifestação

Vários parlamentares, inclusive de direita e centro, criticaram o presidente

Correio Braziliense
postado em 15/03/2020 21:07

homem gesticulandoParlamentares de partidos de direita e de centro criticaram a atitude do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (15/3). Ele participou da manifestação pró-governo em Brasília e interagiu com manifestantes.

 

Pelo Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi um dos que criticaram o presidente. Em uma comparação com as ações dos governos internacionais, o parlamentar escreveu: “Por aqui, o Presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo”.

 

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre também se manifestou. Em nota à imprensa, o parlamentar disse que a crise necessita de responsabilidade por parte de todos: “Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas. A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade! Todos nós devemos seguir à risca as orientações do Ministério da Saúde”.

 

O líder do Solidariedade na Câmara, Zé Silva (MG), disse que "muito mais importante do que a gente fala é o que faz". A presidente da Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), também foi sucinta nas palavras. Ela disse apenas que deixa "a fotografia e história falarem por si"

 

A líder do PSL na Câmara, ex-partido de Bolsonaro, Joice Hasselmann (SP), disse que a atitude de Bolsonaro é incompreensível. "Não dá pra entender o comportamento irracional do presidente", disse. "Ou é maluquice ou irresponsabilidade. Nem Freud explica", afirmou.

 

O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), classificou o comportamento do presidente como o de um "bufão". "Uma palhaçada com uma coisa tão grave como essa", disse. Alencar, que é médico e ex-secretário de Saúde na Bahia, disse que irá encaminhar um pedido aos presidentes do Senado e da Câmara amanhã pedindo que os R$ 30 bilhões de emendas, os quais a gestão ainda é disputada entre Congresso e Executivo, sejam destinados à saúde para combater o avanço do coronavírus.

 

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), também fez críticas. "Não ajuda neste momento que nós estamos vivendo tantos desafios", disse. O emedebista, no entanto, afirmou que a manifestação não altera a relação entre Executivo e Legislativo. "Ele (o presidente) tem um estilo. A essa altura, o Congresso já sabe o que esperar. Acho que não muda nada, não."

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