Ainda segundo o presidente, o resultado para o teste de coronavírus ainda não saiu, mas deve ocorrer nas próximas horas.
Ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também utilizou o equipamento de proteção, Bolsonaro falou da alta transmissibilidade do vírus. “Não tem uma grande letalidade, mas quem tem mais de 65 anos aumenta um pouquinho, na base de 15%. Então a cada 100 pessoas acima de 60 anos, que é o meu caso, podem ter complicações mais graves. Estou usando máscara porque nessa recente viagem aos EUA, uma das pessoas, que veio comigo no voo quando desceu em SP, foi fazer uns exames habituais e deu positivo para o coronavírus. Então todo mundo que estava no voo, todos nós, coletamos material. Ainda não deu o resultado Mandetta. Tem aí órgãos de imprensa dizendo que deu negativo. Tomara que esse fake news fosse verdadeiro, mas não deu ainda. Acredito que nas próximas horas tenha o resultado meu e de mais algumas pessoas que estiveram comigo”, apontou.
Bolsonaro ressaltou que os apoiadores estão em dúvida sobre comparecer ou não no dia 15. Para ele, a ideia é que se suspenda os atos para ‘daqui um mês ou dois’.
“Há uma certa divisão tendo em vista mais gente que pode se juntar nesse dia e ajudar a propagar o vírus. Por outro lado a gente vê, se você for pegar SP, os metrôs devem estar cheios uma hora dessas, os ônibus no Rio de Janeiro, acho que Cuiabá e Mato Grosso também. Tem um aspecto que tem que levar em conta?Tem. Existe. É mais um agrupamento de pessoas. A população está um tanto quanto dividida, muita gente falando pra mim: ‘Eu vou mas a minha esposa e meus filhos, não’. ‘O meu pai e meu avô que tem certa idade não irá’. Então, o que eu vejo nesse movimento do dia 15 , o que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas porque os hospitais não dariam vasão para atender tanta gente. Então se o governo não tomar nenhuma providência, sobe e depois de um certo limite, não dá mais e o sistema não suporta e problemas acontecem”, apontou.
O chefe do Executivo concluiu que como presidente da República, deveria tomar uma posição. “Contra ou a favor. Se bem que o movimento não é meu, o movimento é espontâneo e popular. Então uma das ideias é adiar, suspender, adiar. Daqui um mês, dois meses, se faz. Já foi dado um tremendo recado para o parlamento. Não há dúvidas de que o recado para o parlamento foi no tocante da questão daquelas emendas de relator se ele vai ter autonomia para movimentar em média R$ 15 bilhões ou não. O recado foi dado”.
O presidente disse também que assinará nesta sexta-feira, 13, a Medida Provisória (MP) que libera R$5 bilhões, via emendas, para o enfrentamento do novo coronavírus. O valor atende a um pedido feito na última quarta-feira, 11, pelo ministro da saúde. A MP tem efeito imediato após a publicação.
Caso o exame e coronavírus teste positivo para Bolsonaro, ele terá que ficar em isolamento domiciliar, explicou Mandetta.
“Um homem de 64 anos, rígido, que faz as suas caminhadas, já passou seu organismo por agressão, foi aquela facada, que superou que tem o sistema imunológico forte, tem que manter o cuidado por conta das outras pessoas. Se der positivo, o presidente vai ter que despachar daqui, a gente vai recomendar o isolamento domiciliar. Se não der positivo, ou der outro vírus, a gente libera, vida que volta ao normal. Todo mundo tomando os cuidados de higiene", disse o ministro da Saúde. Bolsonaro completa 65 anos no próximo dia 21.
Bolsonaro ainda comentou sobre a crise na economia mundial e do país. "A gente pede a Deus que esse problema logo dissipe aqui no nosso País e a gente volte à normalidade. Problemas estamos tendo pela frente: a questão da bolsa de valores, que despenca, dólar que sobe. Isso está acontecendo no mundo todo", disse. "Medidas econômicas a equipe tem tomado; agora, não somos aquelas potências que têm recursos em abundância, como os EUA, que podem socorrer com muito mais propriedade as pequenas empresas. Temos orçamento bastante engessado”.
Combustíveis
O chefe do Executivo voltou a falar sobre o preço dos combustíveis e afirmou que não aumentará o tributo federal sobre combustíveis, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), para compensar uma possível queda e estabilizar o preço da gasolina. Ele também comentou a queda brusca nas bolsas de valores mundiais e a queda no preço do barril de petróleo. Para ele, seria um problema se o preço do produto tivesse subido.
“A gente fica às vezes preocupado porque o combustível caiu em média 30% há poucos dias e teve uma crise no Brasil. Acho que a crise tem que haver, era se tivesse subido 30%. É uma briga lá da Arábia Saudita com a Rússia, um excesso de petróleo no mercado e o preço caiu. E já foi anunciado mais uma queda, a sexta queda no preço do diesel e da gasolina aqui no Brasil. A Petrobrás que tem a sua política atrelada ao preço internacional do barril do petróleo. Então, se cai lá fora, cai aqui dentro também. Lançaram um fake news de que o governo estaria interessado em aumentar o imposto federal, o caso da CIDE para que o preço não caísse. Não é verdade. Aí sim, agora eu determinei, que se cumpra a lei, que se cumpra a política da Petrobrás”.
Bolsonaro disse ainda que não interfere na política de preços da Petrobras e que é preciso cobrar dos governadores a razão pela qual o produto não barateia.
“Eu não interfiro na política da Petrobras. Agora, quando alguém quer interferir por fora, aí eu interfiro para que não haja essa interferência. Então, a gente espera que na ponta da linha o preço do combustível caia, porque se eu não me engano, em janeiro, fevereiro e um pedacinho de março, nós baixamos quase 20% o preço do combustível lá na refinaria. E a gente espera, eu não tenho poder para isso. Alguém quer cobrar, você não pode cobrar de mim. Você cobre do seu governador agora aí, vá para o cara do posto de combustível e pergunta o porquê de não ter baixado o preço do combustível pra ele dizer para você o porque não baixou porque o preço, o nosso está quase 20% mais barato, levando em conta o preço de 1 de janeiro do corrente ano”, concluiu.
STF
Bolsonaro afirmou na live que escolherá para o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), uma pessoa que confie nele e seja alinhado ideologicamente.
Em 2019, Bolsonaro disse que escolheria um ministro “terrivelmente evangélico” para indicar ao Supremo Tribunal Federal (STF). A tendência é que um nome seja definido até novembro, quando o ministro Celso de Mello, da Suprema Corte, se aposentará compulsoriamente após completar 75 anos.