Politica

'Justiça Eleitoral não compactua com fraudes', diz Rosa Weber

Ministros do STF rebatem declarações de Bolsonaro sobre eventuais irregularidades nas eleições

As declarações do presidente Jair Bolsonaro, somadas as convocações para que manifestantes saiam ás ruas contra o Congresso e o Poder Judiciário, tem incomodado ministros das mais alta Corte do país. Em relação aos atos convocados após a fala do general Augusto Heleno, que disse que o parlamento "chantageia o governo", a avaliação é de que não é o momento de se manifestar publicamente.

A intensão é evitar uma radicalização do cenário político. No entanto, as acusações contra a lisura das eleições de 2018 são consideradas graves, não por conta de terem saído da boca de Jair Bolsonaro, que já havia feito acusações parecidas na época da campanha - mas sim por serem ditas por alguém que ocupa o posto de presidente da República.

Nesta terça-feira (10), três ministros rebateram publicamente as declarações do chefe do Executivo. A ministra Rosa Weber e os ministros Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello, tods ocupantes de cadeiras no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo Rosa a presidente da Corte, refutaram as alegações de fraude.

A ministra Rosa foi enfática ao afirmar que o TSE não aceitaria qualquer irregularidade no processo eleitoral. "Que fique muito claro: a Justiça Eleitoral não compactua com fraudes. Não compactua com fraudes", disse. 'Eu mantenho a minha convicção quanto à absoluta confiabilidade do nosso sistema eletrônico de votação. "Agora, se há fatos novos, se há provas, que possam nos ser oferecidas, nos vamos examiná-las com o mais absoluto rigor e com total transparência, justamente no sentido da sua apuração", disse.
 
O ministro Marco Aurélio Mello afirmou que vivemos "tempos estranhos" e afirmou que não houve críticas credíveis sobre as eleições. “Como eu disse anteriormente: Tempos estranhos. Pelo menos de tédio nós não morremos. Em 1996 capitaneei as eleições. De lá pra cá, não houve impugnação ao sistema minimamente séria. Se persevera a vontade do eleitor", afirmou.

Já o ministro Barroso afirmou que este tipo de acusação precisa de provas para ser apresentada. “Nós nunca tivemos qualquer evidência objetiva de fraude. O sistema é totalmente confiável, respeitado mundialmente. Agora, se alguém trouxer alguma prova, alguma evidência, estou pronto para examinar, a gente tem sempre espaço para aperfeiçoamento. Agora, não pode ser uma coisa retórica, tem que ser uma coisa fundada em elementos objetivamente aferíveis. Não pode ser ‘eu acho’, é preciso que haja elementos”, disse.