Politica

Empresas provocam polêmica ao apoiar ato do dia 15

As manifestações do próximo dia 15 também estão afetando parte do empresariado. Alguns deles deram apoio ao ato nas suas redes sociais e os logo viraram propaganda para o protesto, despertando também críticas de quem é contra o movimento. Há até quem pregue o boicote às empresas cujos donos são favoráveis ao protesto ou ao governo Bolsonaro, como os restaurantes Madero e Coco Bambu, e a loja de departamentos Havan.

Tudo começou quando o dono do Madero, Junior Durski, publicou um vídeo no Instagram convocando a população fazendo críticas ao Congresso. “Tenho orgulho de ter trabalhado na campanha de Bolsonaro e de ter ido para a rua todas as vezes que tivemos que ir. Vamos de novo no dia 15 de março. Vamos estar juntos. Sou muito orgulhoso do presidente que temos. Está fazendo tudo certo. Está mostrando para o que veio com muita força, determinação, honestidade e coragem de enfrentar tudo que tem aí. A gente sabe que o Congresso é muito tendencioso, que busca sempre um interesse pessoal, deixando de lado o Brasil. Tem exceções. Tem muito congressista bom, mas a maioria busca o pessoal”, afirmou Durski.

O vídeo do dono do Madero logo foi compartilhado pelos defensores das manifestações, como o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) e a República de Curitiba. Mas também gerou muitas críticas e começaram a surgir pedidos de boicote ao restaurante e às outras empresas cujos donos apoiam as manifestações do dia 15. Uma delas é a Havan, cujo dono, Luciano Hang, é próximo do presidente e usa rotineiramente as redes sociais para defender o governo. “Não adianta ter trocado o presidente se nada funciona, se as MPs não são votadas, se elas caducam. O país está passando por grandes mudanças e não pode parar. Por isso, a nossa participação é importante. Dia 15 eu vou, o Brasil pode contar com você?”, reforçou.

As críticas, porém, também chegaram aos empresários que ainda não se manifestaram publicamente sobre o ato, mas já demonstraram apoio ao presidente. O Coco Bambu, cujos donos doaram R$ 40 mil à campanha de Bolsonaro em 2018, por exemplo, chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil, ontem, por conta disso. 

A “listinha de boicote”, como estava sendo chamada a internet, foi compartilhada por horas. Por isso, perfis de direita também passaram a compartilhá-la para mostrar aos seus seguidores as empresas que, segundo o perfil Família Direita Brasil, “estão deixando esquerdistas desesperados por terem defendido Bolsonaro e declarado apoio às manifestações do dia 15”.