Correio Braziliense
postado em 07/03/2020 18:35
O Palácio do Panalto deixou a Folha de São Paulo de fora da lista de jornais que foram autorizados a cobrir o encontro do presidente Jair Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste sábado (7), na Flórida. Em nota, a Folha disse que foi vítima de perseguição porque seguiu o mesmo rito de credenciamento dos outros jornais. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) pediu, então, que presidência da República passe a agir de forma impessoal com os veículos de comunicação."A Associação Nacional de Jornais lamenta e condena a discriminação do Palácio do Planalto contra a Folha de S.Paulo. A Presidência da República deveria se pautar pela atuação de forma impessoal, como exige a Constituição brasileira, sem favorecimentos ou perseguições a veículos de comunicação e jornalistas", afirmou a ANJ, em nota.
Segundo a Folha de São Paulo, o jornal informou que faria a cobertura da viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos "há dias". Mesmo assim, não foi contatada pelo Planalto para enviar os dados dos repórteres responsáveis pelo cobertura, como aconteceu com os outros 15 jornalistas brasileiros que acompanham a agenda de Bolsonaro em solo americano. A Folha só soube que não havia sido autorizada a cobrir o jantar com Trump, portanto, neste sábado, na hora de embarcar no carro que levou a imprensa ao local do evento.
"A Presidência mais uma vez discrimina a Folha, o que já se tornou um método de perseguição", afirmou o jornal, que já foi alvo das críticas de Bolsonaro diversas vezes, em nota.
Procurado, o Palácio do Planalto ainda não comentou o caso. Já à Folha de São Paulo, a presidência alegou que enviou para a Casa Branca os dados dos jornalistas que chegaram primeiro.
Agenda
O presidente Jair Bolsonaro chegou aos Estados Unidos na noite deste sábado. E já tem um jantar com Donald Trump nesta noite. Na ocasião, os governos brasileiros devem discutir parcerias comerciais, econômicas e também de defesa. A situação da Venezuela também deve entrar em pauta.
"Discutiremos ações para aprofundar a cooperação entre Brasil e EUA nas áreas comercial, econômica e de defesa. Trataremos também de novos passos para fortalecer nossa aliança na busca por um mundo mais seguro e livre", avisou Bolsonaro na sexta-feira (6) no Twitter.
Bolsonaro ainda vai visitar o Comando Sul dos Estados Unidos; assinar um acordo para projetos de pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação; participar de uma conferência sobre investimentos; visitar a fábrica da Embraer; e encontrar a comunidade brasileira da Flórida durante a passagem pelos Estados Unidos. Ele só volta ao Brasil, portanto, na próxima quarta-feira (10).
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