O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizou as redes sociais na noite desta sexta-feira (6) para comentar sobre o encontro que terá neste sábado (7) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Amanhã terei novo encontro com meu amigo @realDonaldTrump. Discutiremos ações para aprofundar a cooperação entre Brasil e EUA nas áreas comercial, econômica e de defesa. Trataremos também de novos passos para fortalecer nossa aliança na busca por um mundo mais seguro e livre”, escreveu o presidente.
Minutos antes de entrar no Palácio da Alvorada, Bolsonaro também falou com a imprensa sobre a expectativa do encontro. “É a melhor possível. Está previsto o jantar com ele amanhã, eu e mais quatro pessoas. Algumas coisas foram acertadas já, que vão ser tratadas --desculpa aqui-- reservadamente. Mas eu vejo que, depois de longos anos, décadas, de os governos brasileiros terem uma certa desconfiança do governo americano, essa desconfiança acabou, e queremos nos unir, nos aproximar cada vez mais. E devemos nos juntar com todos os países, mas em especial com os países melhores do que nós”, apontou.
Também é esperado que os chefes do Executivo assinem um acordo militar com os Estados Unidos da América. Questionado se equipamentos de defesa estão na pauta da reunião, ele confirmou, mas preferiu não entrar em maiores detalhes.
“Vai ser tratado. Está previsto o general Fernando [Azevedo] ir conosco. Então vai ser tratado, sim. Nós ficamos no tempo na questão de defesa. Defesa é investimento. Em especial, quando é através de pesquisa. Agora o Brasil não pode ficar tão desguarnecido como está por sucateamento do seu material, que foi levado com muita ênfase nos últimos anos por um projeto de poder. As Forças Armadas despreparadas, desmotivadas, é um terreno fértil para que alguns aventureiros, ditadores, avancem em seus propósitos”, ressaltou.
Ao ser perguntado se o Brasil pretende vender equipamentos ou comprar dos EUA, Bolsonaro respondeu que o assunto será tratado em ‘reservado’.
“Isso aí vai ser tratado --desculpa aqui-- em reservado, tá certo? Me desculpa, tá certo? Eu gostaria de falar com vocês, mas é reservado. E certas coisas eu vou tomar conhecimento até no voo amanhã, porque não dá tempo de tratar de tudo durante o dia. É impossível. São 22 ministérios e eles funcionam. Pedem informações para mim de vez em quando, pedem o meu aval, o que é natural. Porque a gente não pode errar. A gente sabe que vocês estão mais do que vigilantes”, concluiu.
Trump confirma encontro
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou o encontro com Bolsonaro amanhã (7) em sua casa de Mar-a-Lago na Flórida.
Um comunicado emitido nesta sexta-feira (6) pela Casa Branca, afirma que um dos objetivos da viagem é analisar a crise na Venezuela.
“O presidente Trump e o presidente Bolsonaro discutirão sobre oportunidades de construir um mundo mais próspero, seguro e democrático. Como líderes das duas maiores economias do Hemisfério, eles também discutirão oportunidades para restaurar a democracia na Venezuela, trazer paz ao Oriente Médio, implementar políticas comerciais pró-crescimento e investir em infraestrutura. O Presidente usará esta reunião como uma oportunidade para agradecer ao Brasil por sua forte aliança com os Estados Unidos”, diz a nota.
Durante uma coletiva ainda nesta manhã sobre o plano do governo americano de combate ao coronavírus, Trump também comentou sobre o encontro:
“Vamos jantar em Mar-a-Lago. Ele queria marcar um jantar na Flórida, se fosse possível – o presidente do Brasil. Então faremos isso”.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) embarcará amanhã (7) para Miami, na Flórida. A previsão é de que ele retorne da viagem no dia 10. A agenda também conta com reuniões com empresários e visita a uma fábrica da Embraer na região de JacksonVille. Essa será a quarta viagem do presidente ao país desde o início do mandato.
O porta-voz da República, Otávio Rêgo Barros, já havia adiantado ontem (5) a possibilidade de um encontro não protocolar entre Trump e Bolsonaro.
Compõe a comitiva presidencial os ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores; Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia; e os generais Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
É esperada ainda a assinatura de acordos bilaterais em áreas como tecnologia, investimentos e defesa. No último caso, os governos dos dois países firmarão um tratado pré-formatado, denominado RDT&E (pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação, na sigla em inglês), fundamental para a cooperação bilateral na área.