"Nós vamos conversar a conversar com o Brasil, para que muitas mulheres venham a ser candidatas. Nós já conversamos com todos os partidos, as secretarias de Mulheres de todos os partidos fizeram um compromisso conosco de que os partidos vão trabalhar muito para ter um número muito maior de candidatas", afirmou a ministra, após participar de cerimônia, no Palácio do Planalto, para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. O evento contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro, da secretária especial da Cultura, Regina Duarte, e da primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de outras autoridades.
A campanha do governo federal deverá ter uma mensagem semelhante à campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que começou a ser veiculada nesta semana, e que ficará no ar durante o mês de março, em emissoras de TV e rádio, para incentivar as mulheres a participarem da vida política e a se candidatarem a cargos públicos.
"Nós queremos que todas as cidades tenham, no mínimo, uma mulher vereadora. Ainda temos 1,4 mil municípios no Brasil sem uma mulher na Câmara", acrescentou Damares
Alves, ao reforçar a necessidade da campanha. Ela ainda prometeu percorrer os estados do país incentiva ndo mulheres a entrar na política. "Eu vou começar a andar, a partir da semana que vem, nos municípios todos que eu puder ir no Brasil, chamando mulheres para o processo político-eleitoral. Nós precisamos ter mais mulheres para esse processo".
Delegacias da mulher
A ministra reconheceu que as estatísticas de feminicídio e de violência contra a mulheres são muito negativas no Brasil, e defendeu a necessidade de ampliar a oferta de serviços especializados em delegacias de todo o país.
"Nós vamos lutar para que todas as delegacias tenha um núcleo especializado em mulher. Então, é possível a gente sair de 9% para 100% dos municípios [com delegacias da mulher] em menos de três anos". Em novembro do ano passado, o governo lançou projeto para capacitar delegacias de todo o país com esse objetivo.
Estupro em aldeias
Damares Alves ainda denunciou a prática de estupro coletivo em aldeias indígenas. Sem citar casos específicos, ela mencionou a prática de rituais que, segundo a ministra, incluiriam violência sexual.
"Existe um ritual, em alguns povos chamado Puxxirum. Significa mutirão. Em alguns povos, escolhe-se mulheres e meninas para fazer um mutirão sexual com ela. Mutirão sexual para mim é estupro coletivo. Existem muitas aldeias que ainda fazem estupro coletivo", afirmou. Segundo ela, a ação do governo não será de interferência cultural. "Vamos cuidar, sem criminalizar esse índio, sem fazer interferêncuia cultural, [nem] colocar esse índio na cadeia. Nós vamos dialogar com os povos."