Politica

Bolsonaro compara imprensa a pessoa assaltada: 'O que eles estão fazendo?'

Presidente tentou justificar o porquê se recusa a falar com os jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 21:20

Presidente tentou justificar o porquê se recusa a falar com os jornalistas na entrada do Palácio da AlvoradaEm live na noite desta quinta-feira (5/3) no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro criticou os jornalistas que trabalham na entrada no Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo chegou a comparar os profissionais a pessoas que são roubadas diariamente. "Vamos supor que você vai trabalhar e todo dia você é assaltado. Você pega outro caminho. Não vai ficar sendo assaltado. Se a imprensa diz que eu a ofendo todo dia, o que eles estão fazendo todo dia ali?”, questionou. 

 

A resposta foi dada para a explicação da "brincadeira" feita pelo presidente nesta quarta-feira (4/3), quando ele convidou o humorista  Márvio Lúcio, o Carioca, para dar entrevista no lugar dele. De acordo com Bolsonaro, o episódio não foi uma afronta à imprensa. O humorista tocou um minitrompete e cumprimentou os simpatizantes. Em seguida, tentou distribuir bananas para a imprensa.  

 

A cena faz alusão a duas ocasiões em que o presidente ofendeu jornalistas que faziam perguntas a ele no Alvorada, cruzando os braços, em um gesto conhecido como "dar uma banana". "A imprensa não gostou. A imprensa queria me entrevistar. Eu não estou falando com a imprensa. É um direito meu. É direito dele perguntar, mas pergunta muito besteira, pelo amor de Deus. Estuda tantos anos para perguntar besteira”, justificou. 

 

 

 

Segundo o presidente, a razão para ele não dar entrevistas seria que a imprensa "fica buscando números distorcidos para dizer que o governo não vai bem." Além disso, Bolsonaro criticou o que chamou de “politicamente correto”. "Eu fui o que mais falou com a imprensa no primeiro ano de governo. Não dá para continuar falando e distorcendo: 'Falou que o cara pesa oito arrobas, não pode, criticou a mulher, criticou gay, criticou não sei quem'", enumerou em referência a algumas das falas polêmicas do presidente, como a que disse que apoiador teria "oito arrobas", comentário esse semelhante ao que já rendeu a Bolsonaro processos na Justiça e críticas por racismo. "Estamos perdendo o direito de fazer piada no Brasil, tudo tem que ser politicamente correto. Tenho que pensar, será que vou ofender os gordinhos (gordofóbico), os carecas (carecafóbico), vou ofender não sei quem. É o tempo todo assim. Está chato viver no Brasil dessa maneira”, concluiu.  

 

 

 

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