O fim do motim de policiais militares no Ceará, no domingo (1º/3), fez o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, trocarem ironias com o ex-governador do estado Ciro Gomes (PDT) nas redes sociais. Os três expuseram uma disputa pela "paternidade" do fim da ação dos policiais.
O movimento foi encerrado após 13 dias de greve. Moro afirmou que a normalidade foi restabelecida com a atuação do governo Federal e das Forças Armadas e "apesar dos Gomes".
"A crise no Ceará só foi resolvida pela ação do Governo Federal, Forças Armadas e Força Nacional que protegeram a população e garantiram a segurança. Explorar politicamente o episódio, ofender policiais ou atacá-los fisicamente só atrapalharam. Apesar dos Gomes,a crise foi resolvida", escreveu Moro.
O presidente Jair Bolsonaro endossou as críticas. "Não somos psiquiatras! Parabenizo o ministro Moro e envolvidos", escreveu o chefe do Executivo.
O ministro e o presidente respondiam, assim, uma crítica feita antes por Ciro Gomes, que escrevera: "Aprende, Bolsonaro e seu capanga Moro: no Ceará está o seu pior pesadelo! Generais, aqui manda a Lei".
Sem críticas a policiais
Durante o motim, o ministro da Justiça evitou criticar diretamente os policiais e disse que, apesar de o movimento grevista ser ilegal, "não se pode tratar policiais como criminosos". A Justiça decretou a prisão preventiva de pelo menos 43 PMs. Imagens publicadas por moradores mostram viaturas sendo usadas pelos grevistas para mandar o comércio baixar as portas em Sobral.
Veículos do estado também foram depredados e viaturas tiveram os pneus furados. O senador licenciado Cid Gomes, irmão de Ciro, levou dois tiros ao avançar para dentro de um quartel da polícia com uma retroescavadeira. No local, estavam policiais e parentes.